(Ml 3,1-4; Sl 23[24]; Lc 2,22-40)
Festa da Apresentação do
Senhor.
Nosso texto da 1ª leitura é a resposta
de Deus a uma situação crítica vivida pelo Seu povo no tempo de Malaquias. Deus
virá ao seu Templo para purificar o seu povo e renovar sua aliança. Não nos é
difícil vislumbrar nesse quadro a proposta do Evangelho de Lucas. Quando as
coisas não vão bem, que nos resta se não esperar uma intervenção divina? Mas
sabemos que a intenção de Deus não é castigar, mas salvar, recuperar, renovar.
O Deus que agora entra no Templo nos braços de Maria traz um novo recomeço e o
sacrifício necessário para purificar o povo: sua entrega total ao Pai. Como
reza o nosso salmo, abramos também o nosso coração, para que o rei da glória
possa entrar, aplainemos suas veredas.
Lucas nos entretém com essa cena em que
José e Maria cumprem os rituais previstos pela Lei com relação ao Menino e a
Mãe. Mas tantos detalhes acabam por nos entregar a sua intenção. Ele lê todos
esses fatos à luz do mistério da morte e ressurreição de Jesus. Os três se
apresentam dentro dessa dinâmica de pobreza material e espiritual que nos
indicava o evangelho desse domingo. Uma pobreza que a todos enriquece. Uma luz,
a de Jesus, que a todos ilumina. Uma entrega ao Pai a ser imitada por todos
quantos se deixarem iluminar por Sua palavra. Peçamos o mesmo Espírito que
moveu Simeão e Ana a encontrarem o Menino e a todos anunciar essa feliz
esperança em meio ao caminho que fazemos marcados por muitas sombras. Que a sua
Luz penetre os vazios de nossos corações. “Deus eterno e todo poderoso,
ouvi as nossas súplicas. Assim como o vosso Filho único, revestido da nossa
humanidade, foi hoje apresentado no templo, fazei que nos apresentemos diante
de vós com os corações purificados” (Oração de Coleta da missa de
hoje).
Pe. João Bosco Vieira Leite