Segunda, 6 de fevereiro de 2017

(Gn 1,1-19; Sl 103[104]; Mc 6,53-56) 
5ª Semana do Tempo Comum.

Nossa liturgia da Palavra nos coloca nessa semana e na próxima no começo de tudo. Acompanharemos alguns textos dos capítulos 1º ao 11º do Gênesis. Não esqueçamos que não se tratam de narrativas históricas, mas de histórias que tentam responder perguntas sobre a vida: quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? E sobre determinados problemas da vida: a existência do mal, o sofrimento, a morte violenta etc. não se sabe ao certo se essas narrativas foram escritas antes ou depois do exílio babilônico, mas se sabe que elas foram reunidas no pós exílio: “com a finalidade de conscientizar o povo hebreu da sua vocação entre as nações: testemunhar o rosto de Deus, Criador (de todas as formas de vida) e Libertador (de todas as escravidões, de que a do Egito é paradigma permanente), e de suscitar em todos (hebreus e não só) o sentido de responsabilidade perante os problemas da existência humana” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Tempo Comum – Paulus).

Essa abertura do livro funciona como uma espécie de hino ao Deus criador, que ressalta a eficácia da Palavra divina, colocando em ordem o caos, o deserto e o vazio. Tudo tem seu lugar e seu valor na criação. O salmo nos convida a alegrar-nos com todo o criado e vislumbrar a manifestação da sabedoria divina em todas elas.

Independente do anúncio de seu próprio destino ao narrar a morte de João Batista, Jesus chegue adiante, fazendo o bem, curando a muitos. Para além das coisas e ritos determinados pela lei judaica, está a fé simples dos que o buscam e tocam a sua pessoa, mesmo com um certo ‘sabor de superstição’. Há muitos que chegam a fé por essa via, outros ficam presos nelas. Aos discípulos de todos os tempos Jesus lembra que é necessário acolhê-las também. “Pai de graça e de misericórdia, colocastes o vosso Filho Unigênito como princípio e fim de todas as coisas, e quereis que no Seu corpo vivo se recolha em unidade a multidão das gentes: a Sua humanidade gloriosa continue a aproximar-se, com seu poder salvífico, de todos os que sofrem no corpo e na alma, para que sobre a morte triunfe a vida, sobre as forças desagregadoras do mal reina a força radiosa do amor, sobre todas as lágrimas de dor, hoje e sempre brilhe a plenitude da alegria” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Tempo Comum – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite