(Gn 1,1-19; Sl 103[104]; Mc 6,53-56)
5ª Semana do Tempo
Comum.
Nossa liturgia da Palavra nos coloca
nessa semana e na próxima no começo de tudo. Acompanharemos alguns textos dos
capítulos 1º ao 11º do Gênesis. Não esqueçamos que não se tratam de narrativas
históricas, mas de histórias que tentam responder perguntas sobre a vida: quem
sou eu? De onde venho? Para onde vou? E sobre determinados problemas da vida: a
existência do mal, o sofrimento, a morte violenta etc. não se sabe ao certo se
essas narrativas foram escritas antes ou depois do exílio babilônico, mas se
sabe que elas foram reunidas no pós exílio: “com a finalidade de
conscientizar o povo hebreu da sua vocação entre as nações: testemunhar o rosto
de Deus, Criador (de todas as formas de vida) e Libertador (de todas as
escravidões, de que a do Egito é paradigma permanente), e de suscitar em todos
(hebreus e não só) o sentido de responsabilidade perante os problemas da
existência humana” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado –
Tempo Comum – Paulus).
Essa abertura do livro funciona como
uma espécie de hino ao Deus criador, que ressalta a eficácia da Palavra divina,
colocando em ordem o caos, o deserto e o vazio. Tudo tem seu lugar e seu valor
na criação. O salmo nos convida a alegrar-nos com todo o criado e vislumbrar a
manifestação da sabedoria divina em todas elas.
Independente do anúncio de seu próprio
destino ao narrar a morte de João Batista, Jesus chegue adiante, fazendo o bem,
curando a muitos. Para além das coisas e ritos determinados pela lei judaica,
está a fé simples dos que o buscam e tocam a sua pessoa, mesmo com um certo
‘sabor de superstição’. Há muitos que chegam a fé por essa via, outros ficam
presos nelas. Aos discípulos de todos os tempos Jesus lembra que é necessário
acolhê-las também. “Pai de graça e de misericórdia, colocastes o vosso
Filho Unigênito como princípio e fim de todas as coisas, e quereis que no Seu
corpo vivo se recolha em unidade a multidão das gentes: a Sua humanidade
gloriosa continue a aproximar-se, com seu poder salvífico, de todos os que
sofrem no corpo e na alma, para que sobre a morte triunfe a vida, sobre as
forças desagregadoras do mal reina a força radiosa do amor, sobre todas as
lágrimas de dor, hoje e sempre brilhe a plenitude da alegria” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado – Tempo Comum – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite