(Gn 8,6-13.20-22; Sl 115[116b]; Mc 8,22-26)
6ª Semana do
Tempo Comum.
Temos a conclusão do dilúvio com o
retorno à terra firme, oferecimento de sacrifício e conclusão por parte de Deus
de que, por causa do ser humano, não há porque amaldiçoar a terra, ‘pois as
inclinações do seu coração são más desde a juventude’. Uma conclusão nada
positiva do autor sagrado, mas que aponta para a gratuidade do perdão divino
que não está condicionado pelas opções erradas do ser humano.
O milagre do cego do evangelho de hoje
está em estreita relação com os fatos acontecidos anteriormente, onde Jesus
salientava que, apesar de terem olhos, os discípulos não enxergavam. A cura
feita por etapa parece apontar para essa graduação do crescimento espiritual ou
reconhecimento de quem é Jesus. Percebemos que a cegueira não era de nascença,
pois ele distingue as árvores. Os discípulos também precisam ser curados dessa
cegueira que os acompanha e não lhe permite compreender quem é Jesus. Risco
comum a todo discípulo é manter-se na superficialidade de sua fé. É preciso
deixar-se conduzir por Jesus para fora desse lugar comum e se deixar inundar
por sua luz para vermos mais claramente todas as coisas.
Pe. João Bosco Vieira Leite