(Eclo
15,16-21; Sl 118[119]; 1Cor 2,6-10; Mt 5,17-37)
1. Na vida não há como correr das escolhas que
temos que fazer. Alguns caminhos nos conduzem à vida e outros à morte. Assim,
diz o autor sagrado da 1ª leitura, nos são propostos os mandamentos divinos
como um caminho de vida. Mas para isso é necessário crer em sua sabedoria; que
Ele deseja o nosso bem. Que cuida de nós.
2. Paulo fala dessa sabedoria como um mistério que
ao longo da história foi se desenvolvendo e se revelou em Jesus Cristo. A vida
cristã traz consigo a possibilidade de encontrar a felicidade no que Ele nos
diz. Paulo convida a um olhar mais longo e reflexivo do modo como Deus age e
como vai tecendo sua história salvífica; a dar o voto de confiança e saber que
só no fim compreenderemos tudo isso.
3. Ao dar prosseguimento ao seu discurso, e para
não ser mal compreendido, Jesus deixa claro que em suas palavras, o que foi
dito anteriormente por Deus encontra sua ressonância. Se ele age de um modo
novo e desconcertante é para que saibam que Deus não se repete, mas surpreende
no modo em que realiza a suas promessas.
4. Assim Jesus interpreta de modo mais amplo e
profundo quatro elementos da lei divina. Primeiramente condena qualquer tipo de
homicídio. Ele transcende o campo físico para nos falar de tantas outras que
matamos com nosso julgamento, com nossa difamação ou mesmo indiferença.
5. O nosso sacrifício a ser apresentado a Deus
seria uma constante revisão dessas situações de morte que fomos criando ao
longo do caminho. Um sacrifício que purifica de fato.
6. Ao falar do adultério ele vai às raízes mais
profundas do desejo humano, pois deixar-se conduzir pelos próprios instintos pode
trazer dissabores para si, para a família e para outros que estão envolvidos
nessa trama. Ele convida seus discípulos a aprender a cortar rente, mesmo que
isso gere algum sofrimento a si. Um coração puro exige não se entreter com o
perigo.
7. Jesus reafirma o valor do matrimônio, sabe
quanto esse é exigente, mas nem por isso condenou aqueles cuja escolha não deu
certo.
8. Por fim ele fala da sinceridade que deveria
reinar entre os cristãos. Pois ter que jurar, deixa uma margem para a
desconfiança recíproca. Alguns juramentos, no passado vinham acompanhados de
algum tipo de castigo divino. Jesus pede para deixa-lo de fora. Deus não
negocia com castigos, mas considera a liberdade do ser humano de fazer escolhas
erradas.
9. Abrir os ouvidos e o coração para acolher a
palavra de Deus, meditar sobre seus conselhos, essa é a proposta de Jesus. A
questão não está em meramente cumprir os mandamentos, mas descobrir a sabedoria
de vida que eles escondem e saber-se feliz por compreender tudo isso.
Pe. João Bosco Vieira Leite