Domingo, 1º Domingo do Advento – ano C

(Jr 33,14-16; Sl 21[25]; 1Ts 3,12—4,2; Lc 21,25-28.34-36)

1. Estamos iniciando um novo ano litúrgico e seremos acompanhados pelo evangelista Lucas. Quando tudo parece estar caminhando para o seu final, estamos apenas recomeçando. O profeta Jeremias se dirige ao povo que retorna do exílio  e deve reconstruir sua cidade; os trabalhos seguem lentos e o desânimo se apodera dos que estão tentando fazer acontecer.
2. O profeta quer incutir esperança, a partir dessa semente de justiça para os tempos futuros, que a liturgia nos faz vislumbrar sua realização na pessoa de Jesus. No entanto, a semente virou um Semeador que mesmo vindo até nós como realização da promessa divina, quer que prossigamos na luta por um mundo mais justo.
3. Nos custa seguir, vendo tantas coisas às avessas, mas a mensagem de Jesus nos pede para avançar e acreditar que nossa luta não é vã. Se somos seus profetas, o devemos ser pela esperança que transmitimos.
* Paulo escreve a uma comunidade que espera a vinda do Senhor no final dos tempos. Como fazê-lo? Progredindo sempre mais no amor mútuo. A vigilância deles consiste em não permitir que a desunião predomine.
4. O evangelho é o mesmo que acompanhamos essa semana na liturgia. Lucas se serve de imagens apocalípticas para falar de um recomeço que se dará, não sabemos quando. A desordem cósmica é o contrário da harmonia inicial estabelecida pelo Criador. O pecado humano vai conduzindo este mundo a uma situação dramática.
5. Em meio ao caos, ele vê a esperança naquele que veio e virá restabelecer a harmonia perdida. Assim o texto não que gerar o pânico, mas a esperança e a alegria. Assim, caminhamos para o futuro de cabeça erguida. Há muitos que andam de cabeça baixa, e certamente não é por causa do celular, mas pelas desilusões da vida.  Lucas não crê que seja o fim, que não há saída ou sentido em tudo isso.
6. Também não nos deixemos levar por soluções enganosas. Há muitos que buscam na bebida, na entrega aos prazeres, etc., um caminho de fuga. Tudo isso pode virar uma armadilha, nos prende, tirando-nos a esperança no Cristo que vem.
7. Vigiar e orar são elementos que alimentam a espiritualidade, sem esquecer a própria responsabilidade diante do mundo ao seu redor. Não criar ansiedade, mas sensibilidade para agir e interpretar os acontecimentos alegres e tristes deste mundo com os olhos de Deus. Recomeçar sempre, é a mensagem do advento. 



Pe. João Bosco Vieira Leite