(Sb 13,1-9; Sl 18A[19]; Lc
17,26-37)
32ª Semana do Tempo Comum.
É interessante esse trecho do livro da Sabedoria, pois supõe
que a contemplação da criação pode nos levar ao Criador, como fala o nosso
catecismo, mas ele constata também que é possível que alguns fiquem no meio do
caminho e passem a adorar alguns elementos criados, como muitos povos
primitivos se encantaram com a força do fogo, com o sol, com a lua e as tratam
como divindades. Mas esse ficar “no meio do caminho” é algo comum a todos os
tempos, pois mesmo aqueles que ainda investigam esse vasto universo, são
incapazes de admitir que algo ou alguém esteja por trás de tudo isso. Nossa
liturgia lembra com o salmo que os céus proclamam a glória do Senhor. Rezar com
a natureza, em atitude contemplativa, pode nos levar a uma especial experiência
do poder, da sabedoria e do amor com que todas as coisas foram criadas.
Esse intrigante texto de Lucas fala da volta de Cristo, que
se dará quando menos as pessoas estiverem esperando que aconteça. Alguns chamam
a esse evento de “arrebatamento” e a partir daí se daria o fim deste mundo como
o conhecemos. Não podemos ter a certeza que será dessa forma que descreve o
autor, mas sabemos que ela se dará de algum modo, mesmo desconhecendo o dia e a
hora. O que nos resta, em meio aos sinais que contemplamos desse mundo
decadente em que vivemos é não perdermos a comunhão com Ele, de vivermos a
dimensão do Reino, nem esquecer suas palavras. Por isso é que se diz: enquanto
temos tempo, pratiquemos o bem.
Pe. João Bosco Vieira Leite