(1Cor 2,10-16; Sl 144[145]; Lc 4,31-37)
22ª Semana do Tempo Comum.
Paulo está chamando a atenção da
comunidade para não confundir aquilo que julga conhecer com aquilo que
realmente conhece: “portanto, se é verdade que só o Espírito de Deus pode
conhecer as profundezas de Deus, é verdade também que o homem tendo um espírito
diferente do divino, enquanto criatura limitada, não pode conhecer o que
pertence a Deus. Existe por isso uma separação impreenchível entre mundo divino
e mundo humano. Ao mesmo tempo, porém, a realidade da Encarnação e da
Humanidade de Cristo torna conatural ao nosso mundo humano o pensamento de Deus,
consentido ao nosso espírito natural abrir-se à ação do Espírito de Deus,
que em Cristo se habituou ao homem” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
Esta semana iniciamos a leitura do
evangelho de Lucas que nos acompanhará até o final do ano litúrgico. O texto do
seu evangelho tem complemento e prolongação nos livros dos Atos dos Apóstolos,
também de sua autoria. Muita coisa poderia se dizer desse autor, mas ao longo
dessas últimas semanas nós o iremos conhecendo um pouco. O texto que não
ouvimos por causa da memória do Batista trata do início de sua missão com a
pregação na sinagoga de Nazaré, que já é para nós uma apresentação de Jesus, no
qual se realiza e se torna visível toda palavra profética. No texto de hoje,
sua autoridade é reconhecida até pelo demônio, causando grande impacto sobre as
pessoas ali presentes e assim se expande a sua fama. Sua palavra é capaz de
dominar as forças destruidoras do homem. “...Palavra proclamada, que toca as
pessoas e sabe ir ao coração das coisas, porque sabe chamá-las pelo nome. O
ensinamento do Mestre tem o carisma da verdade, que se revela na eficácia de
uma escuta atenta e penetrante” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
Aquele que melhor retratou a Virgem,
sabe dos efeitos que uma escuta atenta e meditada da Palavra pode provocar numa
vida.
Pe. João Bosco Vieira Leite