(Jr
31,1-7; Sl Jr 31; Mt 15,21-28)
18ª Semana do Tempo Comum.
Jeremias canta a beleza e a alegria do retorno a
Jerusalém, como um novo êxodo, depois da trágica experiência do cativeiro na
Babilônia. Mas por trás de tudo isso está a fidelidade de Deus para com o seu
povo, que restaura não só o templo, mas ao seu povo devolvendo-lhes motivações
para seguirem adiante. O salmo, tirado do mesmo capítulo, complementa essa bela
imagem.
Mateus nos oferece essa bela narrativa
sobre a mulher cananeia e sua fé perseverante no diálogo com Jesus. Pode nos
parecer estranho que Jesus use a expressão ‘cachorrinho’, mas os pagãos eram
considerados como cães pelos judeus, tamanho era o preconceito. Isso nos dá uma
ideia do quanto não foi fácil quebrar, na comunidade cristã, essa resistência
aos pagãos. Mateus mostra como essa mulher foi capaz de ultrapassar qualquer
preconceito para expor a situação de sua filha. Ela acredita na possibilidade,
ainda que pequena ‘migalha’, de conseguir de Jesus alguma coisa. “De fato, o
medo egoísta de perder espaços e recursos jugados de exclusiva posse pessoal ou
coletiva, ou então o simples receio de quem é ‘diferente’ de nós levaram e
levam a opções de encerramento e de entrincheiramento sociais evangelicamente
injustificáveis. O amor evangélico deve levar a responder positivamente às
exigências de quem precisa, fora e para além de cálculos mesquinhos e
conveniências imediatas, mediante opções quotidianas praticáveis no interesse
do bem comum. Jesus morre na Cruz por todos e o Seu amor não se mede segundo
uma lógica setorial ou sectária. É oportuno que nos recordemos disto, todas as
vezes que encontramos algum ‘cananeu’ que pede auxílio, e não somente quando
corremos o risco de nos tornarmos ‘cananeus’” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado - Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite