Quinta, 18 de agosto de 2016

(Ez 36,23-28; Sl 50[51]; Mt 22,1-14) 
20ª Semana do Tempo Comum.

Se o Senhor permitiu que o seu povo fosse para o exílio, ele mesmo cuidará de trazer de volta o seu povo, restaurá-lo e infundir um novo espírito para que restaurado em seu coração a sua relação com o seu Deus pudesse recomeçar e retomar a sua posição de luz para o mundo de como age o Deus de Israel. A imagem da água será retomada no Novo Testamento como símbolo do Espírito de Deus derramado por Jesus em nossos corações. Um coração novo para um mundo novo. 

Escutamos mais uma parábola de Jesus, a partir de realidades conhecidas pelos seus ouvintes. Ele sabe com atrair a atenção dos seus ouvintes e isso é apaixonante. Se bem que nos incomoda essa imagem de Deus que, enfurecido pela má recepção dos convidados, manda matar e incendiar suas cidades. Ainda que Deus convide a todos, é preciso entrar na dinâmica própria do reino. Uma parábola para muitas interpretações, uma delas: “Mateus realça em sua versão da parábola contada por Jesus a prevalência da graça sobre qualquer esforço humano. Mas, ao mesmo tempo, exige que o ser humano responda à graça por meio de seus atos, pela transformação de sua mentalidade e pela disposição de aceitar com serenidade o mistério da graça. Dessa forma, tornam-se visíveis os contornos de sua imagem, da Igreja e do ser humano: a Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, e sim de bons e maus, de fortes e fracos, de conscientes e inconscientes. A Igreja e seus dirigentes não têm o direito de excluir certas pessoas do banquete comum. Essa medida caberá ao rei, ou seja, ao próprio Deus no fim dos tempos. Como a Igreja, o ser humano também está cheio de equívocos e contrastes. No ser humano há coisas boas e más, luz e trevas, disponibilidade e recusa. Mateus admoesta a tomarmos consciência daquilo que está em nós, colocando por cima de tudo a veste que Deus nos oferece, isto é, a veste do amor incondicional que nos aceita como somos. Se continuarmos vivendo no estado de inconsciência, sem vestir a melhor roupa de que dispomos, então a recusa se transformará em autodestruição, em choro e ranger de dentes” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”- Loyola). 

Pe. João Bosco Vieira Leite