(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38)
Nossa Senhora Rainha.
Para coroar o mistério da Assunção de
Maria aos céus, a Igreja conserva essa antiga memória que a reconhece, em sua
devoção, como Mãe e Rainha, uma vez que ela foi ‘sentar-se à direita do Rei’,
conforme canta o salmo 44 da celebração de 15 de agosto (transferida para o dia
de ontem). Certamente a realeza de Maria não se confunde com os reis e rainhas
da terra; trata-se de um mistério do Reino dos céus e que a piedade mariana
explicitou com uma série de títulos: rainha da misericórdia, da paz, dos anjos,
dos confessores etc.
“Um dos oráculos do Antigo Testamento
relacionados ao Reino de Deus é proposto como primeira leitura: Is 9,1-6.
Falando da chega do Rei Messias, o profeta descreve seu senhorio a começar pelo
nascimento: ‘Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado... [...]. O
evento da Anunciação manifesta que o antigo oráculo se cumpriu em Jesus: da
Virgem de Nazaré ‘nos foi dado um filho, o Príncipe da paz’. Para esta
‘necessária’ presença de Maria, Cristo associa ao próprio senhorio Aquela que,
dando-lhe um corpo de homem, lhe deu condições de assumir o Reino e que,
cooperando com sua missão até sob o trono da Cruz, mereceu participar de sua
glória nos céus e do seu reinado nos corações dos fiéis. Recorda-o a Lumen
gentium: ‘A Virgem imaculada,... terminado o curso de sua vida terrena, foi
levada à glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do
universo, para que se conformasse mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos
senhores e vencedor do pecado e da morte’ (n. 59)” (Corrado Maggioni – Maria
na Igreja em Oração – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite