(Eclo 17,1-13; Sl 102[103]; Mc 10,13-16) 7ª Semana do Tempo Comum.
“Ele abraçava as crianças e as
abençoava, impondo-lhes as mãos” Mc
10,16.
“O
carinho de Jesus para com as crianças aponta para o modo como os discípulos do
Reino deverão tratar todos os pequeninos. As criancinhas simbolizavam todos os
marginalizados, sem direito a cidadania, na sociedade da época. Quando alguém é
privado deste direito, corre o risco de tornar-se vítima do desrespeito e da
tirania dos orgulhosos e prepotentes. Sua dignidade é espezinhada, numa
flagrante violação da vontade de Deus. Por isso, Jesus não suportou que os
discípulos afastassem os que traziam as criancinhas para que ele as tocasse.
Ficou indignado! É que eles não entendiam que as crianças e os marginalizados
tinham precedência no Reino. Os discípulos, pelo contrário, pensavam o Reino
como coisa de homens, de adultos, de gente cuja cidadania era reconhecida. Os
demais não contavam. Mas Jesus não aprovou esta maneira de pensar. Ao tomar as
crianças em seus braços, abençoá-las e impor-lhes as mãos, ele estava fazendo
um gesto profético: quebrar as estruturas rígidas da sociedade de sua época, e
inaugurar uma nova sociedade, onde as relações interpessoais são regidas por
critérios compatíveis com a vontade de Deus. As normas antigas já não tinham
valor. O carinho de Jesus pelas criancinhas revela o carinho de Deus pela
humanidade. O discípulo do Reino sabe-se chamado a ser mediação deste amor.
– Espírito de carinho, põe no meu coração sentimentos de afeto para com
as crianças e os marginalizados, para os quais devo ser mediação do amor do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite