Sábado, 01 de março de 2025

(Eclo 17,1-13; Sl 102[103]; Mc 10,13-16) 7ª Semana do Tempo Comum.

“Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos” Mc 10,16.

“O carinho de Jesus para com as crianças aponta para o modo como os discípulos do Reino deverão tratar todos os pequeninos. As criancinhas simbolizavam todos os marginalizados, sem direito a cidadania, na sociedade da época. Quando alguém é privado deste direito, corre o risco de tornar-se vítima do desrespeito e da tirania dos orgulhosos e prepotentes. Sua dignidade é espezinhada, numa flagrante violação da vontade de Deus. Por isso, Jesus não suportou que os discípulos afastassem os que traziam as criancinhas para que ele as tocasse. Ficou indignado! É que eles não entendiam que as crianças e os marginalizados tinham precedência no Reino. Os discípulos, pelo contrário, pensavam o Reino como coisa de homens, de adultos, de gente cuja cidadania era reconhecida. Os demais não contavam. Mas Jesus não aprovou esta maneira de pensar. Ao tomar as crianças em seus braços, abençoá-las e impor-lhes as mãos, ele estava fazendo um gesto profético: quebrar as estruturas rígidas da sociedade de sua época, e inaugurar uma nova sociedade, onde as relações interpessoais são regidas por critérios compatíveis com a vontade de Deus. As normas antigas já não tinham valor. O carinho de Jesus pelas criancinhas revela o carinho de Deus pela humanidade. O discípulo do Reino sabe-se chamado a ser mediação deste amor. – Espírito de carinho, põe no meu coração sentimentos de afeto para com as crianças e os marginalizados, para os quais devo ser mediação do amor do Pai (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite