Terça, 11 de fevereiro de 2025

(Gn 1,20—2,4; Sl 8; Mc 7,1-13) 5ª Semana do Tempo Comum.

“E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou” Gn 1,27.

“As obras dos últimos três dias da Criação têm o cunho da bênção (cf. Gn 1,22.28; 2,3). O homem e a mulher, em particular foram desde sempre desejados por Deus ‘à sua imagem e semelhança’, enquanto testemunhas do seu rosto de Criador: aparece três vezes na leitura a expressão: ‘Disse Deus’ (1,26.28.29), tal como o verbo ‘criar’ (1,27). O repouso de Deus (sétimo dia) é o ápice do hino ao Criador: o modelo do sábado para os hebreus (cf. Ex 20,8-11) e do domingo para os cristãos (cf. At 20,7.11; Ap 1,10). [Compreender a Palavra] Para quem, como povo hebreu no Exílio, se considera já um ‘cemitério de ossos secos’ (cf. Ez 37,1-14), esta palavra de Deus infunde vida e esperança: os seres vivos da natureza são criaturas, as pessoas humanas são pensadas e desejadas por Deus ‘à sua imagem e semelhança’, isto é, como verdadeiro ícone do seu rosto de Criador (origem da vida) e Pai (toma a seu cuidado os seus filhos). Desta compreensão nasce a identidade dos seres humanos (de grande valor, mas limitados enquanto criaturas) e a sua missão (humanizar o mundo), expresso na leitura de hoje com cinco imperativos, para significar a responsabilidade que Deus lhes confia no que respeita à vida. E quando os limites históricos diminuem para eles o sentido e o compromisso, podem sempre reerguer-se, graças ao repouso sabático: no sétimo dia o homem entra em profunda relação com a fonte da sua existência, haurindo dela força e orientação para avançar pelos caminhos da vida e da bênção” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite