(Gn 6,5-8; 7,1-5.10; Sl 28[29; Mc 8,14-21) 6ª Semana do Tempo Comum.
“Então Jesus os advertiu: ‘Prestai
atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus
e com fermento de Herodes’” Mc 8,15.
“Os
rabinos usavam a metáfora da levedura ou do fermento em um mau sentido; o
Senhor, conhecedor da Lei e das expressões que costumavam dar os especialistas,
emprega-a nesta circunstância com os seus discípulos. A levedura é um agente de
corrupção, pela fermentação que produz. Neste sentido, diz o Senhor, que
devemos afastar-nos da levedura dos fariseus. Também o apóstolo Paulo aconselha
aos coríntios: ‘Purificai-vos do velho fermento (...). Celebremos, pois, a
festa [pascal], não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da
corrupção...’ (1Coríntios 5,7-8). Todavia Marcos fala de um duplo fermento: o
dos fariseus e o de Herodes. É porque ambos são perigosos, mas por conceitos
diferentes: o fermento farisaico é o desconhecimento de Cristo e de sua missão
messiânica; os fariseus ensinavam a estar muito atentos aos mínimos detalhes da
Lei e descuidavam do essencial (Mateus 16,12); o próprio Senhor, em outro
lugar, especifica a maldade do fermento dos fariseus, quando diz: ‘Guardai-vos
do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia’ (Lucas 12,1). O fermento de
Herodes, que escandalizava com sua vida sensual. Indubitavelmente, também de
nós é exigido que nos purifiquemos do velho fermento, o do pecado, para
celebrarmos a festa da Eucaristia. Também nós, como os discípulos, deveremos
preservar-nos da hipocrisia de quem deve ser um testemunho do Senhor; a hipocrisia
que se empenha em exterioridade corresponda a uma autêntica interioridade.
Cumpramos, sim, as observâncias externas de nossos compromissos religiosos;
porém estejamos profundamente atentos à íntima união com o Senhor, por meio da
graça e do amor” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite