(Gn 3,9-24; Sl 89[90]; Mc 8,1-10) 5ª Semana do Tempo Comum.
“Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus
os despediu” Mc
8,9.
“Os
números que aparecem nas duas histórias certamente não são números casuais.
Cinco mil pães saciam 5 mil homens, e com as sobras ainda dá para encher doze
cestos. Sete pães saciam 4 mil pessoas, e ainda são recolhidos sete cestos de
sobras. Cinco é o número do homem. Jesus é totalmente homem. Encontrando Jesus,
os homens encontram seu verdadeiro ser. Os doze cestos remetem à comunidade da
Igreja e à capacidade de formar uma comunidade. Os homens que descobrem no
encontro com Cristo a sua integridade tornam-se também capazes de viverem
juntos e de formarem uma unidade no novo Povo de Deus. Os sete remetem à
transformação que se realiza por meio de Cristo. E as 4 mil pessoas simbolizam
os quatro pontos cardeais. Na última multiplicação dos pães se diz que alguns
vieram de muito longe. É um símbolo dos pagãos que vêm de fora da Palestina.
Ambas as multiplicações guardam em si uma dinâmica intrínseca. Uma se aplica
aos judeus, que por meio de Jesus são reunidos para formar o novo Israel. Essa
ideia é expressa também na acomodação das pessoas em grupos de cinquenta ou
cem. É uma ordem tradicional dos acampamentos israelitas. A segunda narrativa
aplica-se também aos pagãos que vêm dos quatro pontos cardeais do mundo. Esta
história se passa em terras pagãs. Marcos quer mostrar com isso que Jesus
estende aos próprios pagãos a salvação trazida por ele. A mesma intenção se
manifesta na cura do possesso de Gerasa e na cura da mulher siro-fenícia” (Anselm Grün – Jesus,
Caminho para a Liberdade – Loyola).
Pe.
João Bosco Vieira Leite