(Hb 12,4-7.11-15; Sl 102[103]; Mc 6,1-6) 4ª Semana do Tempo Comum.
“Quando chegou o sábado, começou a
ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: ‘De
onde recebeu tudo isso? Como conseguiu tanta sabedoria?
E esses grandes milagres que são
realizados por suas mãos?” Mc
6,2.
“O
saber de Jesus deixava admirados os seus contemporâneos. Especialmente quem
convivera com ele, durante o longo período de vida escondida em Nazaré,
perguntava-se pela origem de tanta sabedoria. Não havia explicação plausível,
em se considerando sua origem familiar. Seus pais eram pessoas simples,
desprovidas de recursos para oferecer-lhe uma formação esmerada, que o tornasse
superior aos mestres conhecidos. Sua pregação, na sinagoga, não dava margem
para dúvidas. Ele possuía, de fato, uma ciência elevada, desconhecida até
então. Diante desta incógnita, os conterrâneos de Jesus deixaram-se levar pelo
preconceito: não é possível que o filho de um carpinteiro, pobre e bem
conhecido de todos, possua uma tal sabedoria! Sem dúvida, este preconceito
escondia outro elemento muito mais sério. Quiçá desconfiassem que a sabedoria
de Jesus fosse de origem espúria, por exemplo, obra do demônio. Em outras
palavras: aquilo que não parecia ser coisa de Deus. A decisão de desprezá-lo e
não lhe dar ouvidos decorre destas explicações. Era perigoso enveredar por um
caminho contrário à fé tradicional, desviando-se de Deus. A incredulidade de
sua gente deixava Jesus admirado, a ponto de decidir realizar, em Nazaré,
poucos milagres. Seu povo perdia, assim, uma grande oportunidade de conhecê-lo
melhor, e descobrir, de maneira acertada, a origem do seu saber. – Espírito
de perspicácia, não me deixes ficar enredado em falsas questões a respeito de
Jesus, a ponto de perder a ocasião de conhecê-lo mais profundamente” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite