Terça, 31 de dezembro de 2024

(1Jo 2,2,18-21; Sl 95[96]; Jo 1,1-18) Oitava de Natal.

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus” Jo 1,1

“Mateus e Lucas relatam fatos que precederam a atividade pública de Jesus. Descrevem como e sob quais circunstâncias Jesus nasceu como ser humano. Em João, porém, não se descreve como, constata-se apenas o fato. João não apresenta um relato uma narrativa, ele decanta num hino o mistério da humanização de Deus em Jesus Cristo. Para João é extremamente importante que Jesus se tenha tornado homem. Houve um tempo em que alguns exegetas achavam que João acentua a divindade de Jesus a tal ponto que sua humanidade fica em segundo plano. Na verdade, são os sinóticos que chamam Jesus de homem apenas três vezes; em João essa designação é usada ao todo 19 vezes. Jesus é a manifestação de Deus justamente por ser um homem completo. João acha impossível contar o mistério da encarnação, nem mesmo recorrendo a uma linguagem puramente teológica. A única maneira de fazer isso é cantar um hino que glorifica em imagens o mistério da encarnação. Revela-se aí a essência da teologia joanina (cf. BUTLER, 1998, p. 37ss). João descreve o mistério de Jesus em imagens. Por isso é sempre importante na interpretação do prólogo respeitar o caráter figurativo das palavras” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite