(1Jo 2,2,18-21; Sl 95[96]; Jo 1,1-18) Oitava de Natal.
“No princípio era a Palavra, e a Palavra
estava com Deus; e a Palavra era Deus” Jo 1,1
“Mateus
e Lucas relatam fatos que precederam a atividade pública de Jesus. Descrevem
como e sob quais circunstâncias Jesus nasceu como ser humano. Em João, porém,
não se descreve como, constata-se apenas o fato. João não apresenta um relato
uma narrativa, ele decanta num hino o mistério da humanização de Deus em Jesus
Cristo. Para João é extremamente importante que Jesus se tenha tornado homem.
Houve um tempo em que alguns exegetas achavam que João acentua a divindade de
Jesus a tal ponto que sua humanidade fica em segundo plano. Na verdade, são os
sinóticos que chamam Jesus de homem apenas três vezes; em João essa designação
é usada ao todo 19 vezes. Jesus é a manifestação de Deus justamente por ser um
homem completo. João acha impossível contar o mistério da encarnação, nem mesmo
recorrendo a uma linguagem puramente teológica. A única maneira de fazer isso é
cantar um hino que glorifica em imagens o mistério da encarnação. Revela-se aí
a essência da teologia joanina (cf. BUTLER, 1998, p. 37ss). João descreve o
mistério de Jesus em imagens. Por isso é sempre importante na interpretação do
prólogo respeitar o caráter figurativo das palavras” (Anselm Grüm – Jesus:
Porta para a Vida – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite