(Is 40,1-11; Sl 95[96]; Mt 18,12-14) 2ª Semana do Advento.
“Em verdade vos digo, se ele a
encontrar, ficará mais feliz com ela do que com as noventa e nove
que não se perderam” Mt 18,13.
“Esta
simples parábola tem dupla finalidade: provar a misericórdia de Deus para com
os pecadores, e por isso a liturgia coloca aqui, depois da cura do paralítico,
ao qual além de devolver a saúde, perdoa-lhe os pecados (Lucas 5,20-23). Porém,
aqui, São Mateus a apresenta para demonstrar o amor especial que Jesus tem para
com os humildes, aos quais o escândalo pode extraviar. A afirmativa que se faz
aqui não quer dizer que o bom Pastor ame a ovelha desgarrada mais que as
noventa e nove, que permaneceram junto a ele, e sim que no momento em que a
recupera experimenta, por essa razão particular, um júbilo e uma alegria que
não sente pelas outras. A alegria de ter as noventa e nove sempre consigo é
habitual, enquanto que a alegria que lhe proporciona a ovelha desgarrada é do
momento em que a encontra, e é tanto maior quanto maior foi sua tristeza ao
saber que se tinha extraviado. Mas sucede também frequentemente que os
arrependidos levam vantagem sobre muitos que sempre foram justos, ainda que,
como adverte São Gregório Magno: ‘Não se deve esquecer que existem muito
justos, cuja vida santa causa no céu uma alegria superior à que pode produzir a
conversão de qualquer pecador’” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite