(Nm 6,22-27; Sl 66[67]; Gl 4,4-7; Lc 2,16-21) Santa Maria, Mãe de Deus.
“Quanto a Maria, guardava todos esses
fatos e meditava sobre eles em seu coração” Lc 2,19.
“A
sucessão de fatos em torno do nascimento de Jesus desafiava a compreensão de
Maria. Sua fé profunda e sua disponibilidade para colaborar no projeto
salvífico de Deus não bastavam para leva-la a entender tudo quanto se falava a
respeito do menino Jesus. No entanto, ‘observava todas as coisas, meditando-as
em seu coração’. Como filha de seu povo, Maria esperava a intervenção divina na
História, por meio de seu Messias. Eram muitas as especulações a este respeito.
Havia mesmo quem se apresentasse como Messias, esperando ser reconhecido como
tal. Outros tentavam descrever a identidade do Messias, recorrendo aos mais
variados esquemas, muitas vezes divergentes. Em meio a tantos desencontros,
Maria conservava somente uma certeza: a promessa do Senhor haveria de
realizar-se. E ansiava por esse dia! O confronto com o seu próprio filho exigiu
dela esforço de repensar tudo. Sem dúvida, não estava no seu plano a
perspectiva de se tornar tão próxima do Messias, de ser sua mãe. Foi-lhe
necessária, desde o início, profunda reflexão, para descobrir o significado de
cada evento, em que ela mesma estava implicada. Descortinava-se, para Maria um
vasto horizonte que unia sua vida e seu destino ao do Messias Jesus. Sua
condição de Mãe do Filho de Deus era algo demasiadamente sublime para ser
entendido imediatamente. Daí ser preciso reconsiderar tudo, no íntimo do seu
coração. – Espírito de interioridade, ensina-me a considerar, como Maria, o
sentido da presença do Senhor na minha vida, e o que isto me reserva na sua
obra de salvação” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite