Sexta, 13 de dezembro de 2024

(Is 48,17-19; Sl 01; Mt 11,16-19) 2ª Semana do Advento.

“Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras” Mt 11,19b.

“Como meninos caprichosos que recusam todos os jogos que lhe são oferecidos, os judeus recusam todas as insinuações de Deus, tanto a penitência de João, como a condescendência de Jesus. Apesar da má vontade dos homens, o sábio desígnio de Deus realiza-se e se justifica a si mesmo pela conduta que inspira a João Batista e a Jesus. Por meio de uma bela parábola, tomado do modo de proceder das crianças caprichosas, descreve graficamente o ânimo versátil e inconsequente com que julgam a vida e a doutrina do Batista e de Cristo. A frase de São Mateus, ‘esta geração’ (Mateus 11,16), refere-se a todos aqueles que recusam a doutrina de Cristo e do Batista. João tinha aparecido, levando vida austera de rigorosa penitência, pois alimentava-se de gafanhoto do mato e mel silvestre, o que devia mover os ouvintes a receber seus ensinamentos. No entanto, essa mesma vida de asceta foi atribuída pelos fariseus ao demônio ou à loucura. Por sua vez, Jesus levava uma vida comum, acomodando-se em sua maneira externa de proceder ao uso dos outros homens e atraindo a simpatia de todos, mesmo dos publicanos e pecadores, cujo trato evitava, porque tinha vindo busca-los para salvar. Interpreta-se sua vida como a de um homem desregrado no comer e no beber. João, que vivia na austeridade do deserto, era tomado como endemoninhado (Lucas 7,33) e Cristo, que comia com os pecadores para salvá-los, era tido por glutão. Quando se tem malícia no coração, interpretam-se maliciosamente todas as coisas, e mesmo as pessoas mais santas são mal julgadas. Isso deve levar você a purificar seu próprio coração, para que não julgue nunca as ações de seu próximo, porque comumente, quando vemos o mal nos outros, não é porque o mal esteja neles, mas sim porque temos mal em nossos olhos manchados e corrompidos pela sujeira de nosso coração” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite