(Is 26,1-6; Sl 117[118]; Mt 7,21.24-27) 1ª Semana do Advento.
“Abri as suas portas, para que entre um
povo justo, cumpridor da palavra” Is
26,2.
“Um
profeta anônimo, que viveu nos últimos séculos antes de Cristo, reflete sobre
os acontecimentos históricos do Médio Oriente antigo. Tem debaixo dos olhos a
cidade de Jerusalém. Contempla-a ressurgida dos escombros a que tinham reduzido
os exércitos de Nabucodonosor: é uma cidade forte, bem protegida, inabalável.
Pelo contrário, Babilônia, a grande, a soberba, a maldita já não existe, é um
monte de ruínas. Destinos opostos de duas cidades que colocaram sua esperança,
uma em Deus e outra no Homem. [Compreender a Palavra] Na Bíblia, a imagem da
rocha é aplicada a Deus (Dt 32,4). A rocha e símbolo de estabilidade e Israel
fez a experiência de só encontra estabilidade no seu Deus; só quando se afastou
d’Ele é que decretou ruína. O cântico proposto pela leitura de hoje é um hino
que o povo canta ao Senhor, ‘rocha eterna’, na qual Israel colocou sua
confiança e não ficou desiludido. Caiu Nínive, ‘a grande cidade’ (Jn 1,2);
desapareceu Assur; Babilônia foi destruída; pelo contrário, Jerusalém,
repetidas vezes devastada e reduzida a ‘uma cabana numa vinha, como choça num
pepinal’ (Is 1,8) está agora rodeada de muros e baluartes, tornou-se a cidade
da paz e mantém as suas portas abertas para consentir a entrada a todos aqueles
que pretendem professar a fé no Deus verdadeiro. O profeta referia-se à
Jerusalém terrena e não podia imaginar o significado mais profundo que Deus
pretendia dar ao seu oráculo. Hoje os cristãos podem lê-lo e compreendê-lo `luz
de toda a revelação: a rocha sólida é Cristo e a cidade firme e compacta é a
comunidade dos discípulos que formam as pedras vivas do novo edifício
construído por Deus” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Advento - Natal] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite