Quinta, 5 de dezembro de 2024

(Is 26,1-6; Sl 117[118]; Mt 7,21.24-27) 1ª Semana do Advento.

“Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra” Is 26,2.

“Um profeta anônimo, que viveu nos últimos séculos antes de Cristo, reflete sobre os acontecimentos históricos do Médio Oriente antigo. Tem debaixo dos olhos a cidade de Jerusalém. Contempla-a ressurgida dos escombros a que tinham reduzido os exércitos de Nabucodonosor: é uma cidade forte, bem protegida, inabalável. Pelo contrário, Babilônia, a grande, a soberba, a maldita já não existe, é um monte de ruínas. Destinos opostos de duas cidades que colocaram sua esperança, uma em Deus e outra no Homem. [Compreender a Palavra] Na Bíblia, a imagem da rocha é aplicada a Deus (Dt 32,4). A rocha e símbolo de estabilidade e Israel fez a experiência de só encontra estabilidade no seu Deus; só quando se afastou d’Ele é que decretou ruína. O cântico proposto pela leitura de hoje é um hino que o povo canta ao Senhor, ‘rocha eterna’, na qual Israel colocou sua confiança e não ficou desiludido. Caiu Nínive, ‘a grande cidade’ (Jn 1,2); desapareceu Assur; Babilônia foi destruída; pelo contrário, Jerusalém, repetidas vezes devastada e reduzida a ‘uma cabana numa vinha, como choça num pepinal’ (Is 1,8) está agora rodeada de muros e baluartes, tornou-se a cidade da paz e mantém as suas portas abertas para consentir a entrada a todos aqueles que pretendem professar a fé no Deus verdadeiro. O profeta referia-se à Jerusalém terrena e não podia imaginar o significado mais profundo que Deus pretendia dar ao seu oráculo. Hoje os cristãos podem lê-lo e compreendê-lo `luz de toda a revelação: a rocha sólida é Cristo e a cidade firme e compacta é a comunidade dos discípulos que formam as pedras vivas do novo edifício construído por Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Advento - Natal] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite