(1Jo 1,1-4; Sl 96[97]; Jo 20,2-8) São João Apóstolo e evangelista.
“Então entrou também o outro discípulo,
que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou” Jo 20,8.
“A
experiência de fé de João é a luz que deve iluminar o nosso olhar e
conduzir-nos a um conhecimento profundo de Cristo. O primeiro compêndio do
Evangelho de São João exprime nestes termos a finalidade do testemunho escrito:
‘Para que acrediteis que Jesus é o Messias o Filho de Deus. E para que,
acreditando, tenhais a vida em seu nome’ (Jo 20,31). Trata-se de uma profissão
de fé que nasce da experiência daquilo que São João viveu e intuiu naquela
manhã de Páscoa. Uma compreensão tornada possível e credível por estar
estabelecida na sua relação de amor e de amizade com Jesus. Assim aconteceu
também a Maria de Magdala, que na sua procura, é movida pelo amor e pelo afeto
por Jesus e, quando o Ressuscitado a chama pelo nome, reconhece-O e encontra-O
vivo. Podemos, portanto, intuir a riqueza do ensinamento sobre o amor proposto
num modo articulado por São João, quer no Evangelho quer nas Cartas, sobretudo
a referência ao amor enquanto caminho para o conhecimento de Deus (1Jo 4,7).
Mas no contexto litúrgico da festa de hoje, convém fixarmo-nos na finalidade a
que o autor se propõe ao escrever a sua primeira Carta: ‘Nós escrevemos estas
coisas para que a nossa alegria fique completa’ (1Jo 1,4). Não é a simples
satisfação de um escritor que, se não escreve, não se sente realizado. O
contexto de pequeno ‘prólogo’ da Carta dá a entender o sentido profundo da
afirmação: João sente-se como no meio de dois polos. De um lado, está a
realidade da Encarnação, que ele viveu como testemunha direta; é comovedora a
insistência ao dizer que viu, que tocou na carne do Verbo da vida, a grandeza
de poder testemunhá-lo a todos para permitir a todos entrarem em comunhão com
Ele. Do outro, o conjunto da humanidade, daqueles que são chamados à comunhão
de vida com o Pai, vida que se revelou em plenitude na ‘manifestação’ do Filho.
São João oferece aos seus leitores, destinatários da Carta, o testemunho da
revelação recebida para gerar a comunhão com os irmãos, que afinal é comunhão
com o Pai e com o Filho. Plenitude de alegria significa por isso participar
juntos nesse mistério de vida que difunde e cresce através do testemunho,
proclamando e aceito” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Advento - Natal] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite