(Ml 3,1-4.23-24; Sl 24[25]; Lc 1,57-66) 4ª Semana do Advento.
“... e estará a postos, como para fazer
derreter e purificará os olhos de Levi e os refinará como ouro
e como prata, e eles poderão assim fazer
oferendas justas ao Senhor” Ml
3,3.
“O
livro do Levítico lança as bases da santidade sacerdotal da antiga aliança: ‘os
sacerdotes serão santos para Deus e não lhe profanarão o nome, pois são eles
que oferecem os sacrifícios ao Senhor’ (Lv 21,6). Porém, a santidade ali
exigida é mais ritual e exterior, não atingindo o cerne do espírito. Por isso,
não raro acontecem confrontos entre profetas e sacerdotes, aqueles combatendo a
decadência moral destes. Isto é evidente e sobretudo em Malaquias, o último dos
profetas veterotestamentários: ‘Os lábios dos sacerdotes guardam o conhecimento
e da sua boca procura-se ensinamento, pois ele é o mensageiro do Senhor. Mas
vós vos afastastes do caminho, fizestes tropeçar a muitos pelo ensinamento;
destruístes a aliança com Levi’ (Ml 2,7-8). Daí a necessidade de uma vigorosa
purificação, de uma espiritualidade autêntica, que vá ao mais profundo do
coração. Esta foi a grande preocupação de Jesus ao convocar os apóstolos, que
seriam os primeiros sacerdotes da nova Aliança. Após uma noite inteira de
oração, ‘chamou a si os que Ele mesmo quis... Escolheu doze entre eles para
ficarem em sua companhia e para enviá-los a pregar’ (Mc 3,13-14). O primeiro
empenho do apóstolo deve ser ‘ficar em companhia do Mestre’. Somente através de
uma vida de oração e de intimidade com Deus o levita da nova Aliança será um
‘outro Cristo’. O envio em missão deve ser uma decorrência deste ‘estar junto’
ao Mestre. De outro modo, como o ramo poderia produzir seus frutos, se não
permanecer unido ao tronco da Videira? – Senhor, dai à vossa Igreja
ministros santos, que andem de maneira digna da vocação para a qual foram
chamados, e que se apresentem como autênticos modelos para o rebanho que vós
mesmo lhes confiastes. Amém” (Geraldo
de Araújo Lima – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite