Vigília Pascal - 2017

(Ex 14,15—15,1; Is 54,5-14; Is 55,1-11; Rm 6,3-11; Mt 28,1-10).

1. Nosso domingo de Páscoa já tem início com nossa celebração noturna, o cume de todo o nosso ano litúrgico. É a celebração daquela vida que venceu a morte e que agora se oferece a todos para que todos possam participar dela.

2. O sentido de celebrarmos à noite é a passagem do Senhor das trevas da morte para a luz da vida gloriosa da Ressurreição. E para mostrar a passagem daquele que crê em Cristo, mediante os sacramentos pascais, do homem velho destinado à morte, para o homem novo destinado à glória.

3. Vivenciamos esse mistério em quatro momentos: liturgia da luz e anúncio da Páscoa, liturgia da Palavra, liturgia batismal, liturgia eucarística. Todos esses passos estão ligados ao Cristo Luz, Palavra, água e pão. Elementos que refletimos durante o ano litúrgico, aprofundando seu significado. 

4. Quem acredita nele, segue sua Luz, por isso a nossa breve procissão com o Círio. Mas torna-se também luz para o mundo, nele acendemos a nossa luz. E alegre cantamos esse mistério. Essa abundância de textos proclama o cumprimento de toda a história da salvação. A páscoa do Antigo Testamento encontra a Páscoa do Senhor Jesus.

5. Cada oração recitada após a leitura quer dar um sentido cristológico, uma orientação de como Deus, desde o início da criação vem realizando a salvação do seu povo que culminará em Cristo Jesus. Por isso recordamos o nosso batismo, pois nele já fomos ‘mergulhados’ em sua morte e ressurreição: “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura. As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”

6. Esse contínuo apelo da passagem que devemos fazer, da escravidão do egoísmo e do orgulho para a liberdade do amor. A nossa eucaristia atualiza de modo pleno esse mistério, para que entremos e renovemos essa comunhão com o mistério pascal de Cristo.

7. A única novidade na celebração anual é o texto do Evangelho, conforme o ano litúrgico celebrado. Mateus marca o momento da ressurreição com fenômenos particulares: tremor e presença do anjo. Enquanto o anjo incute medo aos guardas, às mulheres ele pede não temer, convida-as a ver o que aconteceu e as envia como mensageiras dessa novidade.

8. Nada pode opor-se ao poder de Deus. Toda a cena se desenvolve com verbos de movimento que resumem uma missão, mas vivenciados numa atitude interior de temor e alegria. A elas, segundo Mateus, é concedida a primeira aparição de Jesus; convida-as a alegrar-se e as envia. E assim somos nós lançados de volta às nossas realidades, renovados em nossa fé. Quando o dia amanhecer e não mais precisarmos acender as nossas velas, em nosso coração continuará a brilhar a luz de Cristo a nos conduzir por caminhos que testemunhem a nossa fé.

Pe. João Bosco Vieira Leite