(Ex 14,15—15,1;
Is 54,5-14; Is 55,1-11; Rm 6,3-11; Mt 28,1-10).
1. Nosso domingo de Páscoa já tem início com nossa
celebração noturna, o cume de todo o nosso ano litúrgico. É a celebração
daquela vida que venceu a morte e que agora se oferece a todos para que todos
possam participar dela.
2. O sentido de celebrarmos à noite é a passagem do
Senhor das trevas da morte para a luz da vida gloriosa da Ressurreição. E para
mostrar a passagem daquele que crê em Cristo, mediante os sacramentos pascais,
do homem velho destinado à morte, para o homem novo destinado à glória.
3. Vivenciamos esse mistério em quatro momentos:
liturgia da luz e anúncio da Páscoa, liturgia da Palavra, liturgia batismal,
liturgia eucarística. Todos esses passos estão ligados ao Cristo Luz, Palavra,
água e pão. Elementos que refletimos durante o ano litúrgico, aprofundando seu
significado.
4. Quem acredita nele, segue sua Luz, por isso a
nossa breve procissão com o Círio. Mas torna-se também luz para o mundo, nele
acendemos a nossa luz. E alegre cantamos esse mistério. Essa abundância de
textos proclama o cumprimento de toda a história da salvação. A páscoa do
Antigo Testamento encontra a Páscoa do Senhor Jesus.
5. Cada oração recitada após a leitura quer dar um
sentido cristológico, uma orientação de como Deus, desde o início da criação
vem realizando a salvação do seu povo que culminará em Cristo Jesus. Por isso
recordamos o nosso batismo, pois nele já fomos ‘mergulhados’ em sua morte e
ressurreição: “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura. As coisas antigas
já se passaram, somos nascidos de novo!”
6. Esse contínuo apelo da passagem que devemos
fazer, da escravidão do egoísmo e do orgulho para a liberdade do amor. A nossa
eucaristia atualiza de modo pleno esse mistério, para que entremos e renovemos
essa comunhão com o mistério pascal de Cristo.
7. A única novidade na celebração anual é o texto
do Evangelho, conforme o ano litúrgico celebrado. Mateus marca o momento da
ressurreição com fenômenos particulares: tremor e presença do anjo. Enquanto o
anjo incute medo aos guardas, às mulheres ele pede não temer, convida-as a ver
o que aconteceu e as envia como mensageiras dessa novidade.
8. Nada pode opor-se ao poder de Deus. Toda a cena
se desenvolve com verbos de movimento que resumem uma missão, mas vivenciados
numa atitude interior de temor e alegria. A elas, segundo Mateus, é concedida a
primeira aparição de Jesus; convida-as a alegrar-se e as envia. E assim somos
nós lançados de volta às nossas realidades, renovados em nossa fé. Quando o dia
amanhecer e não mais precisarmos acender as nossas velas, em nosso coração
continuará a brilhar a luz de Cristo a nos conduzir por caminhos que testemunhem
a nossa fé.
Pe. João Bosco Vieira Leite