- Para o Tríduo Pascal, este ano, recolho alguns
pontos do comentário de Mario Chesi em “Lecionário Comentado” –
Giuseppe Casarin – Paulus e um pequeno comentário para a Sexta-feira da Paixão
do livro “Meditações diante da Cruz” de Dom José Maria Pires
(Paulinas). Desde já uma Feliz Páscoa para todos!
(Ex 12,1-8.11-14;
SL 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15).
1. Já comentamos que o mistério central da vida
cristã é a ressurreição de Cristo, assim, desde o seu batismo, a sua existência
é a manifestação e a celebração deste mistério. Todo o ano litúrgico gira em
torno desse mistério da passagem de Cristo da morte para vida. Quando nos
reunimos durante o ano para a celebração de qualquer festa ou mistério da fé, o
fazemos sempre com a celebração Eucarística.
2. Esse é o sacramento da Páscoa do Senhor, que o
fazemos em sua memória, até que Ele venha. O que aconteceu uma vez por todas é
tornado presente, atualizado. O que Jesus antecipou na ceia encontrará
realização concreta na Cruz. Foi assim desde o começo, a cada domingo e uma vez
ao ano no tríduo pascal, como hoje estamos iniciando.
3. A riqueza de tal mistério se alarga por três
dias. É depois o estenderemos por um período de cinquenta dias, como uma só
festa, como um grande domingo, onde o mesmo Espírito é soprado sobre nós.
4. O dia de hoje não fala tanto da história, como
os seguintes, mas do mistério em sua dimensão sacramental, no seu aspecto
ritual, deixado por Cristo aos seus discípulos. Jesus ordena aos Seus que façam
este rito para que o que nele está contido, o dom da sua vida, continue a estar
presente: “fazei isto em memória de mim”, nos lembra Paulo.
5. Anunciar indica a presença do que é anunciado.
As duas leituras apresentam respectivamente a Páscoa do Antigo e do Novo
Testamento, enquanto o evangelho se concentra num episódio desta mesma ceia
celebrada por Jesus e os seus.
6. Aquele que não veio para ser servido, mas para
servir, entrega aos Seus, no final do lava pés, o mandamento do amor. Este
mandamento junta-se e completa o mandamento de repetir o rito. A memória ritual
da Páscoa dá ao fiel a possibilidade de fazer na sua vida, posta ao serviço dos
irmãos, a memória existencial do seu Senhor e Mestre.
7. Celebrando a Eucaristia estamos perante o gesto
de entrega de Jesus, recebendo-o no sacramento, queremos assumir o seu estilo
de vida. São dois memoriais que realizamos nessa noite, o ritual e o
existencial. Que o Senhor nos ajude a compreender que o que aqui buscamos é o
que aqui trazemos, resultado de nosso desejo de identificação com Ele.
Pe. João Bosco Vieira Leite