(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36)
2ª Semana da Páscoa.
“... nós e o Espírito
Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5,27-33).
De fato, uma dinâmica nova se impôs na vida dos apóstolos nesse ato de
obediência a Deus. Tornaram-se mais intrépidos, e ao mesmo tempo permitindo ser
conduzidos, na fala e no agir por Aquele que Jesus prometeu enviar depois de
Sua partida. Não é à toa que o tempo pascal se encerra com a festa de
Pentecostes. É sob a moção do Espírito que devemos caminhar sempre, nessa
invocação diária de Sua presença. Jesus dá Aquele que o Pai lhe deu sem medida:
o Espírito. Em outras palavras, trata-se do amor que transita entre os dois,
não só revelando a intimidade, mas selando o compromisso de salvar a
humanidade. “O Deus de Jesus é claramente Outro em comparação com qualquer ser
humano. O amor é a identidade de Deus na sua fisionomia íntima, em toda a sua
manifestação externa até o ápice constituído pela encarnação do Filho. A
relação entre Deus e os homens é possível, se os seres humanos estiverem
conscientes da diversidade de fundo que existe entre eles e o divino e da
atitude positiva do amor enquanto eixo condutor da vida. A superioridade divina
não significa separação dos indivíduos, tal como o amor divino não quer dizer
aceitação bondosa de qualquer opção feita pelo homem. Entre estes dois
conhecimentos joga-se, para qualquer pessoa, a possibilidade de viver num modo
espiritualmente digno a própria humanidade ou de refletir sobre as opções que
prejudicam, mesmo em medida trágica, a sua vida” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite