Segunda, 14 de novembro de 2016

(Ap 1,1-4; 2,1-5; Sl 01; Lc 18,35-43) 
33ª Semana do Tempo Comum.

Nestas duas últimas semanas do nosso calendário litúrgico acompanharemos trechos do livro do Apocalipse, como o próprio nome já diz, faz parte de um estilo literário bíblico denominado de apocalíptico. A palavra, do grego, significa ‘revelação’, que se dá através de uma linguagem simbólica. A imagem mais importante que devemos guardar desse livro é a de Deus sentado num trono e do Cordeiro de pé, como que imolado, que traduz a certeza do domínio exercido por Deus e por Cristo sobre a história da humanidade. Hoje temos o prólogo do livro e, num recorte do livro, temos a revelação à Igreja de Éfeso, como uma carta enviada pelo próprio Cristo, que convida à correção de um comportamento ditado por uma caridade escassa. Vamos acompanhar e tentar traduzir alguns desses elementos simbólicos que aparecem no texto.

Antes do episódio de Zaqueu, Jesus cura um cego às portas de Jericó, última etapa de sua caminhada até Jerusalém. Lucas salienta a necessidade da fé para o milagre acontecer e acentua o seguimento daquele que agora passa a ver. Na realidade o texto quer salientar, através do milagre, a visão diferente, pela fé, que o discípulo passa a ter no seguimento do Mestre, algo mais profundo e consciente.  “A invocação do cego de Jericó, ‘Senhor, que eu veja’, convida-nos a ver em primeiro lugar dentro de nós mesmos, a recuperar a nossa vida no amor, mas ainda recordar que ao longo do caminho temos um ponto de referência constante: ‘Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor; quem me segue terá luz da vida’” (Giuseppe Casarin, Lecionário comentado, Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite