(Ap 1,1-4; 2,1-5; Sl 01; Lc 18,35-43)
33ª Semana do Tempo
Comum.
Nestas duas últimas semanas do nosso
calendário litúrgico acompanharemos trechos do livro do Apocalipse, como o
próprio nome já diz, faz parte de um estilo literário bíblico denominado de
apocalíptico. A palavra, do grego, significa ‘revelação’, que se dá através de
uma linguagem simbólica. A imagem mais importante que devemos guardar desse
livro é a de Deus sentado num trono e do Cordeiro de pé, como que imolado, que
traduz a certeza do domínio exercido por Deus e por Cristo sobre a história da
humanidade. Hoje temos o prólogo do livro e, num recorte do livro, temos a
revelação à Igreja de Éfeso, como uma carta enviada pelo próprio Cristo, que
convida à correção de um comportamento ditado por uma caridade escassa. Vamos
acompanhar e tentar traduzir alguns desses elementos simbólicos que aparecem no
texto.
Antes do episódio de Zaqueu, Jesus cura
um cego às portas de Jericó, última etapa de sua caminhada até Jerusalém. Lucas
salienta a necessidade da fé para o milagre acontecer e acentua o seguimento
daquele que agora passa a ver. Na realidade o texto quer salientar, através do
milagre, a visão diferente, pela fé, que o discípulo passa a ter no seguimento
do Mestre, algo mais profundo e consciente. “A invocação do cego de
Jericó, ‘Senhor, que eu veja’, convida-nos a ver em primeiro lugar dentro de
nós mesmos, a recuperar a nossa vida no amor, mas ainda recordar que ao longo
do caminho temos um ponto de referência constante: ‘Eu sou a luz do mundo, diz
o Senhor; quem me segue terá luz da vida’” (Giuseppe Casarin, Lecionário
comentado, Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite