1º Domingo do Advento – Ano A

(Is 2,1-5; Sl 121[122]; Rm 13,11-14a; Mt 24,37-44).

1. Iniciamos o novo ano litúrgico com esse convite do profeta Isaias: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”. A palavra do profeta se dirige a um povo temeroso de seu futuro, pois os povos vizinhos se aliaram contra ele. A liturgia utiliza esse texto para um olhar muito além do que o profeta imaginava.
2. Essa tomada de direção significava uma maior confiança em Deus, uma abertura à sua Palavra que produza mudança de atitude. Todos esses aspectos se realizam na vinda de Jesus, não como num passe de mágica, mas numa adesão ao seu projeto: é na sua direção que caminhamos em mais esse ano litúrgico.
3. É sobre essa luz trazida por Jesus que nos fala Paulo na 2ª leitura. O batismo introduziu os cristãos num modo novo de viver. Ainda há trevas ao nosso redor? Sim. Por isso ele faz esse jogo de trevas e luz para dizer que o modo como nos comportamos imprime uma nova dinâmica.
4. Quando Jesus profetiza a queda de Jerusalém, isso parecia o fim do mundo, e por tabela, o retorno de Cristo. Quando isso se dará, perguntam a Jesus? Ele não precisa um tempo, mas convida a uma atitude de vigilância. Tudo será de modo inesperado, como o foi no tempo de Noé e em meio às atividades do nosso dia a dia.
5. O texto é um convite a não perdermos de vista a proposta de Jesus. Ela nos garante a comunhão com Deus em todos os tempos. Ela está na Palavra escutada, está presente numa palavra dirigida a nós como um conselho que direciona os nossos passos para o bem, para o que é certo.
6. Esse quadro da Palavra nos situa no tempo do Advento, em seu significado de ‘vinda’ ou ‘visita’ de um soberano, de alguém importante. A liturgia nos lembra, mais uma vez, a vinda histórica de Cristo e nos adverte de suas constantes visitas à nossa vida nas mais diversas circunstâncias, antes de se realizar a plena vida com Ele.
7. Para isso nos preparamos a todo o momento: celebrando seu mistério na liturgia, vivendo o que sua Palavra nos propõe. A cor roxa nos lembra de que a conversão é uma atitude contínua, e o melhor que podemos oferecer a quem nos visita é a renovação do próprio coração: nasce Jesus e renascemos nós em seu amor e em sua luz. 



Pe. João Bosco Vieira Leite