(Ap 4,1-11; Sl 150; Lc 19,11-28)
33ª Semana do Tempo Comum.
Numa visão cheia de símbolos, ao autor
do livro do Apocalipse, é permitida uma contemplação de uma ‘liturgia celeste’.
Deus está sentado no seu trono, rodeado por seus anjos. A um grupo de anciãos
que simbolizam o Antigo e o Novo testamento (doze tribos, doze apóstolos= 24),
mas há outras interpretações desse número. Bom, ficar destrinchando cada
elemento não nos leva muito longe, só satisfaz a curiosidade. O
importante é o reconhecimento e o louvor que se eleva a Deus, criador de todas
as coisas, a quem nos somamos, em nosso pequeno mundo, em nossas liturgias
comunitárias e pessoais (prece, adoração, canto etc.).
Por trás dessa recontagem das parábolas
dos talentos de Mateus em Lucas, o autor parece se inspirar em alguns fatos
históricos. Mas ela também traduz a questão da oposição ou do acolhimento do
próprio Jesus, já que estamos às portas de Jerusalém, talvez esse aspecto de
não fácil interpretação acaba por chamar mais a atenção do que o reconhecimento
daqueles que trabalharam por multiplicar ou não, o que lhes foi confiado. Deus
é bom, mas sua justiça exige de nós fidelidade, para que saibamos administrar
os dons recebidos, que faz o Reino crescer e aparecer, até que Ele venha.
Pe. João Bosco Vieira Leite