(Fm 7-20; Sl 145[146]; Lc 17,20-25)
32ª Semana do Tempo Comum.
Na distribuição dos livros bíblicos, a
carta a Filêmon, ‘colaborador’ de Paulo, é a última carta paulina, de caráter
pastoral e escrito na prisão. Parte desse texto de hoje já esteve no comentário
dominical desse ano C (Lucas) de nossa liturgia (23º Domingo do Tempo
Comum). É uma espécie de bilhete que acompanha um pedido: o acolhimento
do escravo Onésimo que Paulo batizou na prisão e que lhe foi muito útil nesse
período. Para Paulo, a fé e a vivência cristã transformam as relações dentro da
comunidade, independente da categoria social a que se pertença.
Nessa caminhada para o final de mais um
ano litúrgico, nada mais adequando que uma catequese de Jesus sobre a
consolidação do seu Reino. Com um tom apocalíptico, Lucas ensina que a presença
do Reino já se dá no próprio Jesus, nos seus atos salvíficos e na sua Palavra
libertadora. O seu retorno será como algo inesperado, mas que atingirá a
todos. Tudo isso só depois de sua entrega na cruz. Por trás de tudo isso está a
espera de seu retorno pela comunidade primitiva. A dificuldade que tem a
comunidade de compreender o mistério de Jesus é o mesmo que nos alcança na
contemplação do tempo que passa e nas questões que nosso próprio coração coloca
sobre o seu retorno.
Pe. João Bosco Vieira Leite