(Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 19,1-10)
33ª Semana do Tempo Comum.
O nosso texto do Apocalipse é a junção
de trechos de duas cartas, uma dirigida a Igreja de Sardes (vv. 1-6) e outra a
Igreja de Laodicéia (vv. 14-22). A figura de Cristo aqui aparece sob vários
títulos de profundo significado teológico, mas o objetivo da carta é advertir a
comunidade em seu ser para que se conduza a uma vida cristã mais autêntica. A
carta se encerra com um convite a escutar, ouvir, próprio da sabedoria que
exige discernimento constante.
O texto da conversão de Zaqueu que refletimos
há poucos dias, no domingo, retorna hoje. A cena se desenvolve em torno da
procura, da visão e da adesão à Cristo por parte desse homem que, a princípio,
seria o contrário de todos os outros que o seguem. “Neste homem, Jesus, Zaqueu
experimenta a divina salvação. Essa experiência lhe muda o rumo. Jesus não
prega a conversão, mas deixa Zaqueu experienciar o seu amor, que o aceita
incondicionalmente. [...] A conversão nasceu da experiência da atenção, e da
alegria que agora brilha no seu rosto. Quem lê essa história ganha um rosto
novo, como Zaqueu. Alegra-se porque hoje Jesus levanta os olhos para ele e o
chama pelo nome. Seus olhos, que até agora só olharam para a sua própria
pessoa, abrem-se, e ele vê os outros como são. Observa-os e torna-se seu irmão,
sua irmã. [...] É a teologia gentil de Lucas. Lucas não precisa humilhar as
pessoas, lembrando-lhes constantemente sua pecaminosidade. Ele conta sobre
Jesus, o amigo de todos, que aborda as pessoas de tal maneira que mudam de rumo
alegremente, descobrindo assim também o seu próprio humanismo, a sua própria
humanidade, o seu ‘ser amigo de todos’” (Anselm Grun – Jesus, modelo do
ser humano – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite