Terça, 15 de novembro de 2016

(Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 19,1-10) 
33ª Semana do Tempo Comum.

O nosso texto do Apocalipse é a junção de trechos de duas cartas, uma dirigida a Igreja de Sardes (vv. 1-6) e outra a Igreja de Laodicéia (vv. 14-22). A figura de Cristo aqui aparece sob vários títulos de profundo significado teológico, mas o objetivo da carta é advertir a comunidade em seu ser para que se conduza a uma vida cristã mais autêntica. A carta se encerra com um convite a escutar, ouvir, próprio da sabedoria que exige discernimento constante.  

O texto da conversão de Zaqueu que refletimos há poucos dias, no domingo, retorna hoje. A cena se desenvolve em torno da procura, da visão e da adesão à Cristo por parte desse homem que, a princípio, seria o contrário de todos os outros que o seguem. “Neste homem, Jesus, Zaqueu experimenta a divina salvação. Essa experiência lhe muda o rumo. Jesus não prega a conversão, mas deixa Zaqueu experienciar o seu amor, que o aceita incondicionalmente. [...] A conversão nasceu da experiência da atenção, e da alegria que agora brilha no seu rosto. Quem lê essa história ganha um rosto novo, como Zaqueu. Alegra-se porque hoje Jesus levanta os olhos para ele e o chama pelo nome. Seus olhos, que até agora só olharam para a sua própria pessoa, abrem-se, e ele vê os outros como são. Observa-os e torna-se seu irmão, sua irmã. [...] É a teologia gentil de Lucas. Lucas não precisa humilhar as pessoas, lembrando-lhes constantemente sua pecaminosidade. Ele conta sobre Jesus, o amigo de todos, que aborda as pessoas de tal maneira que mudam de rumo alegremente, descobrindo assim também o seu próprio humanismo, a sua própria humanidade, o seu ‘ser amigo de todos’” (Anselm Grun – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite