(Ef 2,1-10; Sl 99[100]; Lc 12,13-21)
29ª Semana do Tempo Comum.
Bonito e intuitivo esse trecho da carta
de Paulo que traz a nossa liturgia hoje. Paulo provoca nos seus ouvintes aquela
recordação de um viver não iluminado pela fé em Jesus Cristo, que ele chama de
morte. A misericórdia de Deus se manifestou de um modo particular em Cristo
Jesus, porque Sua fidelidade permanece para sempre, ainda que, em certos
tempos, Ele nos permita seguir a própria natureza rebelde (A parábola do filho
pródigo...). Essa salvação não depende de nossos méritos, é puro dom e graça,
para que não calculemos o quanto devemos fazer ou nos sacrificar para merecer a
salvação. A questão está no que queremos ser a partir da fé em Jesus Cristo,
que nos ensina um caminho de filiação em nossa relação com Deus. Rezemos em tom
de gratidão.
Nossa vida se move por interesses,
porque precisamos sobreviver, mas essa necessidade pode tornar-se uma atitude
gananciosa e destituída de confiança na providência, como se tudo dependesse de
nós. A sabedoria da vida nos diz que a nossa existência tem um tempo mais ou
menos previsto: para que acumular se não podemos levar mais do que as obras de
caridade que tivermos feito? A riqueza, diante de Deus vem de um coração
confiante na sua providência e que tenta imitá-lo, preocupando-se com os
demais. Jesus não pode realmente resolver essas contendas entre irmãos, não que
ele aprove tal injustiça; as leis humanas nos colocam em constantes embaraços,
a lei divina (ensinamento), nos leva a ponderar certas coisas e intuir até que
ponto certas coisas valem a pena...
Pe. João Bosco Vieira Leite