(Gl 3,1-5; Sl Lc 1; Lc 11,5-13)
27ª Semana do Tempo Comum.
Paulo eleva um pouco o tom do seu
discurso para chamar seus ouvintes/leitores à razão, pois ele já havia pregado
a lei do Espírito que traz o evangelho e eles mesmos se esforçaram para viver
de tal modo novo. Como, de repente, a lei judaica (da carne), passa ser
critério de vida para eles? Quem nos salva, a lei Mosaica ou a fé em Jesus
Cristo?
Lucas complementa o dever e o desejo de
rezar apresentando como e com que atitude interna devemos orar: “A
parábola do amigo que acaba cedendo (Lc 11,5-8) nos faz imaginar um lugarejo
palestinense sem lojas. Cada casa produz seus próprios alimentos. Então alguém
recebe uma visita, altas horas da noite, e não tem nada a oferecer a ela. Isso
ele lamenta – no Oriente e na Grécia, a hospitalidade é a melhor coisa do
mundo. Por isso ele vai à casa de seu amigo, e bate na porta. Ele sabe das dificuldades
que está causando ao amigo, pois ele terá de se levantar e abrir a porta,
trancada com uma trave. O barulho que fará afastando a trave há de acordar os
meninos. A hospitalidade, porém, é um dever sagrado. Ele vai se levantar,
portanto, e dar ao amigo que pede tudo que precisa. Com essa parábola Lucas
quer nos dizer que Deus é nosso amigo. E Lucas interpreta a parábola no sentido
da filosofia grega: nós, cristãos, somos os amigos de Deus (Grudmann, p. 234).
Orar significa falar com Deus como se fala com um amigo. E ele não deixará de
atender, pois a amizade entre Deus e nós é muito mais firme ainda do que aquela
entre os homens” (Anselm Grun –Jesus, modelo do ser humano –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite