Sexta, 4 de dezembro de 2015

(Is 29,17-24; Sl 26[27]; Mt 9,27-31) 
1ª Semana do Advento

O tempo litúrgico do Advento renova, na comunidade, o dinamismo da fé e suscita esperança na busca do Reino de Deus. Pertence à longa tradição da Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, preparar o Natal de Cristo, abrindo o livro das Escrituras. Na Bíblia, ela encontra as promessas messiânicas sobre o futuro de Israel e da humanidade. Nas amarguras do exílio brotou, com força, na consciência do povo de Israel, a imagem do Reino de Deus trazendo a salvação para toda a humanidade. Hoje, também, o Advento acorda nas comunidades o compromisso de fidelidade ao Reino inaugurado, na terra, pela presença e pregação de Jesus de Nazaré.
Dessas indicações acima sobre o tempo do Advento podemos acolher a palavra que Deus hoje nos dirige pelo profeta. Ele continua a sonhar e a esperar essa salvação de Deus que se dará num tempo futuro pela presença e ação do Messias de Deus, para “casar” com o evangelho, o nosso texto fala da recuperação da vista, “os olhos dos cegos verão no meio das trevas e das sombras”. Dois cegam buscam Jesus e pede-lhe a cura da cegueira. Jesus quer ter a certeza que eles acreditam nessa capacidade de Jesus de curá-los. Eles disseram que sim e foi feito conforme a fé de ambos.
                Aos pouco o tema da luz é introduzido em nossa liturgia do Advento. Aquele que afirmou ser “a luz do mundo” nos oferece, por sua palavra, a possibilidade de enxergar em meio a escuridão que nos rodeia. As primeiras sombras estão dentro de nós mesmos, as outras ao nosso redor. Se acreditamos que Jesus pode fazer isso por nós, a consequência é debruçarmo-nos sobre sua Palavra e deixar-nos iluminar.  Pode ser que precisemos recuperar nossa esperança, nossa dignidade, nossa consciência de sermos filhos de Deus...


Pe. João Bosco Vieira Leite