(Nm 24,2-7.15-17; Sl 24[25]; Mt 21,23-27) São João da Cruz,
presbítero e doutor.
A liturgia se serve de uma profecia do
livro dos números, se bem que Balaão é apenas um vidente do qual Deus se serve
para lançar um olhar positivo sobre Israel, manifestação dos cuidados divinos e
se acrescenta em sua profecia um olhar para uma estrela que provavelmente
remete à dinastia davídica e que por tabela nos levará ao Messias. Em síntese,
um olhar de esperança, daqueles que nos fazem crer e esperar pelas promessas
divinas.
O texto do evangelho quer inserir um
pouco mais a figura de João Batista no contexto do Advento. Jesus se aproveita
da influência que a pregação e ação de João teve sobre o povo para desarmar os
sacerdotes e os anciãos que colocavam em cheque a autoridade de Jesus. O fato
de não saberem responder a pergunta de Jesus os coloca na delicada posição de
não assumir a verdade do próprio modo de ver as coisas para adequar-se as
conveniências que os tiram de certos riscos. Para Jesus, João é mais que um
mero profeta, é aquele que lhe preparou o caminho. O povo reconhece a
autoridade de João e a Sua e isto lhe basta.
Não nos pode passar despercebida essa
memória obrigatória dentro do Advento de São João da Cruz; foi o grande místico
e reformador do Carmelo, sofrendo muito no seu intento; encontrou em Teresa de
Ávila a santa companheira de ideal e inspiradora do seu projeto. No tempo de sua
prisão compõe as primeiras poesias que o colocarão entre os maiores autores da
literatura espanhola. Suas obras são um verdadeiro tratado da vida
mística dando-lhe o título de doutor da Igreja.
Pe. João Bosco Vieira Leite