Sábado, 26 de dezembro de 2015


(At 6,8-10; 7,54-59; Sl 30[31]; Mt 10,17-22) 
Santo Estevão, diácono e mártir.

Passada a celebração da noite e dia de Natal, entramos no período chamado Oitavas de Natal.  Até o século oitavo era privilégio da Páscoa ser celebrada durante oito dias. Pentecostes ganhou uma oitava semelhante, devido à catequese que era feita para os neobatizados, Natal não podia ter essa pretensão. E, no entanto, a festa ganhou um oitavo dia. Este oitavo dia foi primeiramente consagrado a honrar a maternidade divina de Maria e, posteriormente, se celebrará nela a Circuncisão do Senhor.

Os três seguintes dias ao Natal eram dias de festas populares. Eram sucessivamente comemorados Santo Estevão, São João e os Santos Inocentes. Nas igrejas e mosteiros estes dias eram festejados em honra dos diáconos (Santo Estevão), dos padres (São João), dos estudantes, dos jovens clérigos (Santos Inocentes).

Nos domingos após o Natal (ou dia 30 de dezembro), celebra-se na Sagrada Família de Jesus, Maria e José o modelo da vida familiar dos cristãos. A festa foi instituída em 1921. Ligada em 1969 à oitava do Natal, viu-se provida de três séries de leituras, sendo que os evangelhos se referem à fuga para o Egito (A), à apresentação no templo (B) e ao reencontro de Jesus no Templo por Maria e José (C).

Temos ainda, no tempo do Natal, a festa da Epifania e do Batismo de Jesus. Esta última encerra o período do Natal. Juntamente com o nascimento de Jesus e a visita dos Magos ela comemora a manifestação do Salvador dos homens.

A Liturgia de hoje traz o texto dos Atos em dois momentos sintéticos: sua ação pastoral e oposição; testemunho e morte de Estevão. Ele repete a palavra de Cristo na cruz e assim se identifica com o próprio Jesus em sua absoluta atitude de confiante entrega. O evangelho quer apenas confirmar que na vida de Estevão se concretizou aquilo que o próprio Jesus havia advertidos aos seus discípulos. Assim o martírio não é um acidente, mas uma consequência do caminho escolhido, de resposta a um chamado.
                
Hoje é um dia para recordar os cristãos que estão espalhados no mundo inteiro e particularmente onde são minorias constantemente ameaçadas e cujas vidas são tiradas pela intolerância religiosa. Que Deus os fortaleça na fé, e a nós também para viver o testemunho brando em nossa realidade.


Pe. João Bosco Vieira Leite