(At 6,8-10; 7,54-59; Sl 30[31]; Mt 10,17-22)
Santo Estevão,
diácono e mártir.
Passada a
celebração da noite e dia de Natal, entramos no período chamado Oitavas de
Natal. Até o século oitavo era privilégio da Páscoa ser celebrada
durante oito dias. Pentecostes ganhou uma oitava semelhante, devido à catequese
que era feita para os neobatizados, Natal não podia ter essa pretensão. E, no
entanto, a festa ganhou um oitavo dia. Este oitavo dia foi primeiramente
consagrado a honrar a maternidade divina de Maria e, posteriormente, se celebrará
nela a Circuncisão do Senhor.
Os três seguintes dias ao Natal eram dias de festas populares. Eram
sucessivamente comemorados Santo Estevão, São João e os Santos Inocentes. Nas
igrejas e mosteiros estes dias eram festejados em honra dos diáconos (Santo
Estevão), dos padres (São João), dos estudantes, dos jovens clérigos (Santos
Inocentes).
Nos domingos após o Natal (ou dia 30 de dezembro), celebra-se na Sagrada
Família de Jesus, Maria e José o modelo da vida familiar dos cristãos. A festa
foi instituída em 1921. Ligada em 1969 à oitava do Natal, viu-se provida de
três séries de leituras, sendo que os evangelhos se referem à fuga para o Egito
(A), à apresentação no templo (B) e ao reencontro de Jesus no Templo por Maria
e José (C).
Temos ainda, no tempo do Natal, a festa da Epifania e do Batismo de Jesus. Esta
última encerra o período do Natal. Juntamente com o nascimento de Jesus e a
visita dos Magos ela comemora a manifestação do Salvador dos homens.
A Liturgia de hoje traz o texto dos Atos em dois momentos sintéticos: sua ação
pastoral e oposição; testemunho e morte de Estevão. Ele repete a palavra de
Cristo na cruz e assim se identifica com o próprio Jesus em sua absoluta
atitude de confiante entrega. O evangelho quer apenas confirmar que na vida de
Estevão se concretizou aquilo que o próprio Jesus havia advertidos aos seus
discípulos. Assim o martírio não é um acidente, mas uma consequência do caminho
escolhido, de resposta a um chamado.
Hoje é um dia para recordar os cristãos que estão espalhados no mundo inteiro e
particularmente onde são minorias constantemente ameaçadas e cujas vidas são
tiradas pela intolerância religiosa. Que Deus os fortaleça na fé, e a nós
também para viver o testemunho brando em nossa realidade.
Pe. João Bosco Vieira Leite