(Gn 49,2.8-10; Sl 71[72]; Mt 1,1-17)
3ª Semana do Advento
Entramos na etapa imediata de
preparação ao Natal a partir de textos selecionados do Antigo Testamento e
textos do Novo testamento que falam diretamente do nascimento de Jesus. A
primeira leitura remonta à bênção dada por Jacó a seu filho Judá. Da tribo de
Judá descenderá Davi e José o pai adotivo de Jesus: “O cetro não será tirado de
Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha aquele a quem
pertencem e a quem obedecerão os povos”. É Jesus, o filho de Davi, o Rei de
Israel. Eis a leitura que fazemos do texto.
Mateus está preocupado em afirmar a
descendência judaica de Jesus e abre seu evangelho com essa genealogia. Veja
que ele fala em origem (Gênesis), Deus está criando um novo começo. Na sua
visão universalista, ele insere o nome de quatro mulheres estrangeiras nessa
sua genealogia. Podemos perceber no texto que ao nome masculino é atribuída a
geração: “Jacó gerou José”, mas no caso de Jesus, nasceu de Maria, deixando
claro a sua virgindade e a diferença desse nascimento com relação aos
anteriores.
“Mateus construiu a árvore genealógica
com muita arte: são três vezes catorze gerações. Trata-se de dois números
simbólicos. Três é o número da perfeição. Catorze é o número da cura e da
transformação. Na Babilônia havia catorze deuses propícios. Com o seu
nascimento, Jesus libertou a humanidade de sua desintegração, para integrá-la.
Entrando nesse mundo, ele recuperou a história humana que, muitas vezes, se transforma
em história desastrosa. Os três grupos de catorze marcam o auge da história da
salvação em Davi; o seu ponto mais baixo ocorre no exílio; e ela se cumpre,
finalmente com a vinda de Jesus. Todos os altos e baixos da história de Israel
são percorridos e transformados por Jesus”. ( “Jesus, Mestre da salvação” -
Anselm Grun, Edições Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite