(1Jo 1,5—2,2; Sl 123[124];Mt 2,13-18)
Santos Inocentes.
Este período do Natal é complementado
com alguns textos do evangelho, mas o que predomina é a 1ª carta de São João,
lida praticamente na íntegra durante os dias da semana. O texto é atribuído a
João, o Evangelista, cujo dia celebramos ontem, alguns estudiosos atribuem a outro
João ou outro autor. Alguns elementos são comuns ao evangelho, outros são um
tanto divergentes com o texto do evangelho. Mas isso aqui não tem muita
importância. Busquemos recolher o que nos é possível desse texto durante esses
dias.
Ele começa o texto lembrando o tema da
Luz em oposição às trevas. Essa simbologia já aplicada no evangelho diz
respeito à conduta humana com suas consequências. João quer que evitemos o
autoengano , pois quem nega seu pecado não pode receber a purificação pelo
sangue de Jesus; quem o confessa o recebe. Este tema introdutório nos coloca na
esteira do ano Santo e do perdão que buscamos a partir de um verdadeiro
reconhecimento e arrependimento.
Hoje também celebramos os santos
inocentes, um possível “massacre” perpetrado por Herodes buscando eliminar o
Menino Jesus, tendo a Sagrada família que fugir para proteger o Menino. “A fuga
para o Egito e o massacre dos meninos de Belém, ordenado por Herodes, mostram
novamente o paralelismo que Mateus desenvolve entre o nascimento de Jesus e de
Moisés. Também Moisés foi salvo da perseguição do faraó que tinha ordenado a
matança de todos os filhos homens dos hebreus porque ficara com medo, depois
que os astrólogos o tinham prevenido contra o nascimento de um libertador de
Israel. Como Moisés, Jesus também precisou fugir para o exterior até que Deus o
chamasse de volta. [...]Jesus não nasceu em meio a um mundo intato. Desde logo
se viu rodeado de assassinato e violência, de intriga dos governantes, de
expulsão e miséria. Jesus precisou fugir para o exterior, onde viveu como
exilado. É uma situação bem atual em nossos dias. Jesus nasceu numa situação
que se assemelha à nossa. Ele experimentou a existência humana em todos os seus
altos e baixos. Assumindo tudo, estava em condição de salvar tudo”. (Anselm Grun – “Jesus, mestre da salvação” – Loyola)
Pe. João Bosco Vieira Leite