Sábado, 13 de dezembro de 2025

(Eclo 48,1-4.9-11; Sl 79[80]; Mt 17,10-13) 2ª Semana do Advento.

“Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram...” Mt 17,12.

“Não é estranho o fato de os profetas de Deus não serem aceitos, e sejam sim rejeitados e até negados, quando não perseguidos e até mesmo maltratados. Do próprio Jesus teve de afirmar São João: ‘Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam’ (João 1,11), e mais adiante: ‘As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas’ (João 10,25-26). A João Batista, que já havia vindo, não receberam; a Elias, que tinha de vir, tampouco o receberam. ‘Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem’ (Mateus 17,12). Jesus admite que Elias deve vir para restaurar e preparar tudo conforme disse o profeta (Malaquias 3,23). Fundamentados na profecia de Malaquias, os escribas ensinavam que Elias, arrebatado em uma carruagem de fogo, voltaria outra vez para a terra antes da vinda gloriosa do Messias, para preparar sua recepção. Porém Jesus acrescenta mais: Elias já veio. Por isso essa mesma concepção rabínica e popular adquiria um sentido exato, porém de uma ordem que eles não suspeitavam. Não era Elias redivivo o que teria de vir; era alguém que veio e que ‘irá adiante de Deus com o espírito e poder de Elias’ (Lucas 1,17). Já anteriormente Jesus havia dito que o Batista era o Elias que havia de vir; ‘os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista’ (Mt 17,13). Deus sempre envia seus profetas e mensageiros, encarregando-os de uma missão a cumprir. Essa missão não costuma ser sempre agradável ou facilmente aceitável. Contra essa missão costumam conspirar, com muita frequência, as paixões humanas e os interesses vis, e dessa forma os homens, que são os destinatários dessa missão, rejeitam-na, não a reconhecem nem a aceitam, e mesmo riem-se dos emissários de Deus, os profetas de Cristo que, por serem fiéis à sua missão evangelizadora e profética, devem arrostar toda espécie de perseguições e humilhações” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite

Sexta, 12 de dezembro de 2025

(Gl 4,4-7; Sl 95[96]; Lc 1,39-47) Bem-aventurada Virgem Maria de Guadalupe.  

“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” Lc 1,45.

“Maria é em Guadalupe a estrela da evangelização. É a mulher ‘feliz porque acreditou’ e por isso é mestra da fé. Ela foi na Anunciação, em Belém, em Caná, na obscuridade de Nazaré, aos pés da cruz, no Cenáculo. É a mulher da escuta, atenta em ‘guardar no seu coração todas as coisas’. É a mulher do serviço que ‘vai às pressas para a montanha’. É a mãe que nos diz para fazer ‘tudo o que ele disser’. Ela como Mãe nos conduz a seu Filho e o forma nas almas daqueles que a ela se entregam. Maria, em Guadalupe, quer reafirmar a sua presença na caminhada do seu povo. ‘Não estou eu aqui?’ diz ela e estas palavras ressoam como eco daquelas escritas no Evangelho de João: ‘Houve bodas em Caná da Galileia e a Mãe de Jesus estava lá’. Estava para mudar a água insípida em vinho novo, estava para ‘pôr-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas provações, das suas indigências e dos seus sofrimentos. Pôs-se de permeio, isto é, faz de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, ‘tem direito de’ – fazer presente ao Filho as necessidades dos homens’” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola)

Pe. João Bosco Vieira Leite


Quinta, 11 de dezembro de 2025

(Is 41,13-20; Sl 144[145]; Mt 11,11-15) 2ª Semana do Advento.

“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista...”

Mt 11,11a.

“Depois de Jesus ter respondido aos discípulos de João, ele se dirige ao povo, começando a sua fala sobre João Batista com três perguntas. Com essas perguntas, Jesus granjeia o consentimento de seus ouvintes. Estes concordam quando afirma que não foram ao deserto para ver um caniço agitado pelo vento ou um homem trajando roupas elegantes. São duas imagens que podem ser entendidas como alusões ao impopular rei Herodes, que mandava cunhar em suas moedas um caniço e que trajava roupas finas. Com essa crítica a Herodes, Jesus sabe que tem os ouvintes ao seu lado. Mas não é isso que ele quer. O que o interessa mesmo é despertar a atenção dos ouvintes para a figura do Batista. Ele é mais que um profeta. É o mensageiro do qual fala o profeta Malaquias. Ele é Elias que deve retornar para anunciar o fim dos tempos. E mais: ‘Dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista’ (11,11). Mesmo assim, João faz parte dos tempos antigos. Quem está no Reino de Deus, quem se deixou abrir por Jesus para o Reino de Deus é maior que João, porque não é apenas testemunha do Reino, é participante. João parece na força de Elias para converter Israel. Jesus invoca João como testemunha-chave da chegada do Reino de Deus, provocando assim uma tomada de posição da parte dos ouvintes” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite