(Eclo 48,1-4.9-11; Sl 79[80]; Mt 17,10-13) 2ª Semana do Advento.
“Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram...” Mt 17,12.
“Não é estranho o fato de os profetas de Deus não serem aceitos, e sejam sim rejeitados e até negados, quando não perseguidos e até mesmo maltratados. Do próprio Jesus teve de afirmar São João: ‘Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam’ (João 1,11), e mais adiante: ‘As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas’ (João 10,25-26). A João Batista, que já havia vindo, não receberam; a Elias, que tinha de vir, tampouco o receberam. ‘Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem’ (Mateus 17,12). Jesus admite que Elias deve vir para restaurar e preparar tudo conforme disse o profeta (Malaquias 3,23). Fundamentados na profecia de Malaquias, os escribas ensinavam que Elias, arrebatado em uma carruagem de fogo, voltaria outra vez para a terra antes da vinda gloriosa do Messias, para preparar sua recepção. Porém Jesus acrescenta mais: Elias já veio. Por isso essa mesma concepção rabínica e popular adquiria um sentido exato, porém de uma ordem que eles não suspeitavam. Não era Elias redivivo o que teria de vir; era alguém que veio e que ‘irá adiante de Deus com o espírito e poder de Elias’ (Lucas 1,17). Já anteriormente Jesus havia dito que o Batista era o Elias que havia de vir; ‘os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista’ (Mt 17,13). Deus sempre envia seus profetas e mensageiros, encarregando-os de uma missão a cumprir. Essa missão não costuma ser sempre agradável ou facilmente aceitável. Contra essa missão costumam conspirar, com muita frequência, as paixões humanas e os interesses vis, e dessa forma os homens, que são os destinatários dessa missão, rejeitam-na, não a reconhecem nem a aceitam, e mesmo riem-se dos emissários de Deus, os profetas de Cristo que, por serem fiéis à sua missão evangelizadora e profética, devem arrostar toda espécie de perseguições e humilhações” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite