3º Domingo do Advento – Ano A

(Is 35,1-6.10; Sl 145[146]; Tg 5,7-10; Mt 11,2-11) *

1. O Advento é um forte convite para todos a deixar entrar Deus cada vez mais em nossa vida, nas nossas casas, nos nossos bairros, nas nossas comunidades, para ter uma luz no meio de tantas sombras, e de numerosas fadigas de cada dia.  

2. Ouvimos no Evangelho a pergunta de João Batista, que se encontra na prisão; ele, que tinha anunciado a vinda do juiz que muda o mundo, e agora sente que o mundo permanece o mesmo.

3. Portanto, manda perguntar a Jesus: ‘És Tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” Nos últimos dois ou três séculos, muitos perguntaram: “Mas és Tu realmente? O mundo não deve ser mudado de modo mais radical? Tu não fazes?”.

4. E vieram tantos profetas, ideólogos e ditadores, que disseram: “Não é ele! Não mudou o mundo! Somos nós!”. E criaram os seus impérios, as suas ditaduras, o seu totalitarismo que teria mudado o mundo. E mudou-o, mas de modo destruidor. Hoje sabemos que destas grandes promessas só permaneceu um grande vazio e muita destruição. Não eram eles.

5. E assim devemos de novo ver Cristo e perguntar-lhe: “És tu?”. O Senhor, do modo silencioso que lhe é próprio, responde: ‘Vede o que eu fiz. Não realizei uma revolução cruenta, não mudei o mundo com a força, mas acendi tantas luzes que formam, entretanto, um grande caminho de luz nos milênios.

6. Pensemos nos tantos homens e mulheres que ao longo da história, dentro e fora da nossa Igreja, santos e santas, pessoas comuns, que se tornaram sinais, luzes na vida de outros e de nós mesmos, motivando-nos a seguir adiante, quem sabe, nas suas próprias pegadas.

7. Como o Senhor disse na resposta a João, que não é a revolução violenta do mundo, não são as grandes promessas que mudam o mundo, mas é a luz silenciosa da verdade, da bondade de Deus que é sinal da sua Presença e nos dá a certeza de que somos profundamente amados e que não somos esquecidos, não somos um produto do acaso, mas de uma vontade de amor.

8. Assim podemos viver, podemos sentir a proximidade de Deus. “Ele vem para nos salvar”, diz a 1ª leitura, está próximo, mas muitas vezes nós estamos distantes. Aproximemo-nos, vamos a presença da sua Luz, rezemos ao Senhor e, no contato da oração, tornemo-nos nós próprios luz para os outros.

9. É precisamente este o sentido de nossas comunidades, de nossas paróquias: entrar aqui, entrar em diálogo, em contato com Jesus, o Filho de Deus, de modo que nós próprios nos tornemos uma das luzes mais pequeninas que Ele acendeu e levemos luz ao mundo que sente ser remido.

10. O nosso espírito deve abrir-se a este convite e assim caminhamos com alegria rumo ao Natal, imitando a Virgem Maria, que esperou em oração, com íntima e jubilosa trepidação, o nascimento do Redentor.

* Com base em texto de Bento XVI


Pe. João Bosco Vieira Leite