(Lv 23,1.4-11.15-16.27.34-37; Sl 80[81]; Mt 13,54-58) 17ª Semana do Tempo Comum.
“E ficaram escandalizados por causa
dele. Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria
e em sua família!’” Mt
13, 57.
“O
Evangelho faz uma constatação surpreendente: Jesus tornou-se um obstáculo para
a fé do povo de sua terra. Por que isto, se todo o seu empenho concentrava-se
em abrir seus ouvintes para a fé? Por que seus conterrâneos de Nazaré
fecharam-se na incredulidade? Os nazaretanos levantavam sérias dúvidas sobre a
origem dos milagres e da sabedoria de Jesus. Não podia tratar-se de sabedoria
humana, pois conheciam muito bem seus familiares, sua condição social e o nível
de seus conhecimentos. Sabedoria divina também não podia ser. Seria ousadia
demais alguém do nível de Jesus pretender possuir sabedoria e poderes próprios
de Deus! Teriam eles também suspeitado que a extraordinária capacidade do
Mestre provinha do mau espírito? Em todo caso, não sendo capazes de superar
satisfatoriamente a aporia em que se encontrava, optaram pelo desprezo e pelo
fechamento. A atitude do povo de Nazaré não chegou a intimidar Jesus. Ele soube
interpretar sua experiência à luz da história de Israel, na qual a rejeição dos
profetas, enviados por Deus, é uma constante. O desprezo à pessoa do Mestre
soma-se aos dos profetas do passado. Por outro lado, Jesus limitou sua ação
taumatúrgica, não caindo na tentação de querer provar sua condição messiânica.
Afinal, o obstáculo para a fé finda-se no preconceito de seus conterrâneos.
Quando se libertassem desta prevenção, estariam em condições de reconhecer a
origem divina do poder e da sabedoria de Jesus. – Espírito que liberta
dos preconceitos, predispõe-me a acolher o Messias Jesus, na pobreza de sua
origem social, embora sendo ele o Filho de Deus” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite