(Gn 21,5.8-20; Sl 33[34]; Mt 8,28-34) 13ª Semana do Tempo Comum.
“E disse a Abraão: ‘Manda embora essa
escrava e seu filho, pois o filho de uma escrava
não pode ser herdeiro com o meu filho
Isaac” Gn 21,10.
“Do
texto de hoje sobressai um confronto entre duas mulheres e dois filhos, entre a
mulher livre e a escrava, entre o filho carnal e o filho da promessa. O
episódio, descrito como um banal conflito familiar, esclarece o fato de que
cada pessoa tem uma parte insubstituível na História e que o Senhor cuida de
cada um, mas também que escolhe livremente quem deve desempenhar um papel
específico na História da Salvação, e que essa escolha passa por vezes através
dos caprichos dos homens. [Compreender a Palavra:] O autor sagrado, enquanto
narra a expulsão da escrava Agar em benefício do filho de Sara (Isaac),
preocupa-se em sublinhar que Abraão, perturbado com o repúdio do filho Ismael
que Sara lhe pediu, se decidiu a efetuar esse gesto só depois de ter compreendido
que a vontade de Deus passava através dessa dolorosa circunstância. Dos dois
filhos, de fato, nascerão dois povos distintos, com duas grandezas diferentes e
com duas histórias distintas, e só por Isaac passará a linha da História da
Salvação. ‘Concede a Sara tudo o que ela e pedir’ (v. 12): a palavra de Sara é
considerada profética, embora movida por considerações humanas, porque de certo
modo lê os sinais e movimenta a História segundo a vontade de Deus. Na base
desse episódio, Sara está incluída pela tradição hebraica nas sete profetisas
bíblicas, juntamente com Míriam, Débora, Hulda (as únicas três que recebem o
nome de ‘profetisa’ pela Escritura), Ana, Abigail, Ester. Mas também a Agar, a
egípcia, a Palavra de Deus ‘abriu-lhes os olhos’ (v. 19) e orienta-a para que
continue a viver” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum I] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite