(Ex 32,15-24.30-34; Sl 105[106]; Mt 13,31-35) 17ª Semana do Tempo Comum.
“Embora ela seja a menor de todas as
sementes, quando cresce, fica maior do que todas essas plantas”
Mt 13,32a.
“O
evangelho de hoje diz que esta semente é menor que qualquer outra semente; na
apreciação popular judaica, o grão de mostarda era considerado o termo comum de
comparação entre as coisas pequenas. Assim, dizia-se: ‘pequeno como um grão de
mostarda’; o Senhor Jesus faz outras coisas senão empregar a expressão popular.
De qualquer maneira, o que aqui se quer expressar é que o Reino de Deus tem
começos modestos e logo expande-se com vigor; para isso o Senhor emprega as
duas parábolas: a da mostarda e a do fermento. Deus emprega meios simples para
chegar ao homem; Deus sempre busca a simplicidade e a pobreza de espírito mesmo
nas obras de maior transcendência; pensa apenas na humildade da Virgem na
Encarnação, na pequenez dos sinais sacramentais: vinho, pão... na Eucaristia,
na rudeza dos apóstolos para a fundação da Igreja. Os homens não entendem os
caminhos de Deus, e por isso pretendem grandes inciativas e preparativos para
suas obras, enquanto a fé nos ensina que quanto maior é a obra pretendida por
Deus mais insignificantes costumam ser os começos e os instrumentos dos quais
se serve sua divina Providência. Assim é o Reino dos céus, o Reino de Céus; tão
pequeno e simples quanto um grão de mostarda; assim começa a fundamentar-se no
coração do homem. Dê, pois, graças a Deus, porque, para que seu Reino deite
raízes em seu coração, não será necessário fazer grandes coisas, ou empreender
atividades extraordinárias, e sim ser-lhe fiel nas coisas de cada dia. A
semente deve esconder-se sob a terra, deve apodrecer; se não apodrecer, não
germina, não se desenvolve, não produz fruto. Não devemos estranhar que o Reino
de Deus passe frequentemente por momentos difíceis e desagradáveis. São
necessários para sua própria purificação. Por outro lado, essa parábola dá-nos
este ensinamento com respeito à Igreja: do mínimo surgirá o máximo; dos começos
tão simples e humildes a Igreja chegará à grandeza de sua universalidade; todas
as etnias e todos os povos aconchegarem-se a ela; daí que possamos considerar
esta parábola como uma profecia sobre a universalidade da Igreja” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite