(Ex 11,10—12,14; Sl 115[116B]; Mt 12,1-8) 15ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus respondeu-lhes: ‘Nunca lestes o
que fez Davi quando ele e seus companheiros sentiram fome?”
Mt 12,3.
“Jesus
foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos
colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus,
este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda,
praticado com anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo:
alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar a
Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus
não vinha da parte de Deus. Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só
aparente, Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem
estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma
Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a
vontade de Deus. Errado seria obrigar o discípulo do Mestre a desfalecer pelo
caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das
atividades proibidas em dia de sábado. O gesto de Jesus teve um antecedente no
Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara
faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao
fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto
sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano.
Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo
aconteceu com Jesus! – Espírito de flexibilidade, que eu seja
contaminado pela observância à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da
vida é mais importante” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite