(Gn 19,15-29; Sl 25[26]; Mt 8,23-27) 13ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus respondeu: ‘Por que tendes tanto
medo, homens fracos na fé?’ Então, levantando-se,
ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma
grande calmaria” Mt 8,26.
“A
cena da tempestade aclamada retrata a vida do discípulo às voltas com as
dificuldades e os desafios que sua opção comporta. Engana-se quem imagina
poder seguir o Mestre Jesus na mais perfeita tranquilidade, sem recorrer o
risco de enfrentar perseguições e contrariedades. Nestas horas, é preciso
recordar-se que ele está presente, sempre pronto a impedir que seus discípulos
venham a sucumbir. Uma leitura simbólica do texto bíblico permite-nos tirar uma
lição: entrar na barca com o Mestre, corresponde a ‘embarcar’ na vida dele. A
barca simboliza a Igreja, comunidade dos que aderiram a Jesus, dispostos a
partilhar sua missão e seu destino. A tempestade aponta para as grandes crises
a que a Igreja é submetida, ao longo de sua existência, de forma a provar a
autenticidade da fé dos discípulos. O grito desesperado dos discípulos
assemelha-se à súplica constante da Igreja, carente de proteção: ‘Senhor, tem
piedade de nós!’ A bonança do mar aponta para a paz que só ele pode dar à sua
Igreja. Uma paz, porém, não isenta de toda sorte de provações, pois, seguir
Jesus é escolher um caminho arriscado e tormentoso. Sem uma fé sólida, o
discípulo não tem como perseverar no seguimento do Mestre. E sentir-se-á como
se estivesse sempre a ponto de perecer. Só na fé encontrará força para
continuar. – Espírito que robustece a fé, dá-me uma fé firme, que não deixe
temer as provações que a condição de discípulo comporta” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite