(Jr 1,17-19; Sl 70[71]; Mc 6,17-29) Martírio de São João Batista.
“Herodes tinha mandado prender João e coloca-lo
acorrentado na prisão” Mc
6,17a.
“A Igreja celebra a natividade do Batista (24 de
junho), pois foi santificado no seio materno, quando a Bem-Aventurada Virgem
esteve na casa da prima Isabel, depois do anúncio do anjo. Ela hoje celebra o
martírio do ‘maior dos profetas’. Quem o diz é o próprio Jesus: ‘Ele é mais que
um profeta...’. a celebração deste dia tem origem antiga tanto no Oriente como
no Ocidente. A própria data (29 de agosto) aparece nos sacramentários romanos,
para recordar o reencontro da cabeça do Batista, colocada na igreja romana de
são Silvestre em Campo de Marte. A vida que este santo precursor de Cristo
levou no deserto fascinou os antigos monges, que o escolheram como modelo em
seus eremitérios. O Evangelho informa-nos até sobre o início da missão do
Precursor, cuja palavra de fogo o faz ser tomado por Elias ressuscitado. No
décimo quinto ano do imperador Tibério (27 d. C.), João abandonou a solidão do
deserto para convidar o povo a ‘preparar o caminho do Senhor’ e acolher o
Messias com uma sincera conversão. Sua palavra era dirigida a todos, mas nem
todos estavam dispostos a acolher sua mensagem. Ao entusiasmo do povo fez
contraste a irritação dos fariseus, os puros, cuja hipocrisia o Batista – como
faria Jesus – condenava. Suas invectivas não agradaram sobretudo ao rei Herodes
Antipas e em particular a sua cunhada, Herodiades, cuja pecaminosa convivência
era objeto das invectivas do santo. Pagou sua coragem, como era previsível, com
a prisão e o duro cárcere em Maqueronte, na extremidade oriental do mar Morto.
Daí fez ouvir ainda uma vez sua palavra em forma de convite dirigido a Jesus:
‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?’. Uma provocação para
induzir o Messias a declarar-se publicamente e fazer-se conhecer pelos comuns
discípulos. Depois sua voz calou-se para sempre. Salomé, filha de Herodiades,
por instigação desta, pediu ao ‘tio’ Herodes a cabeça de João Batista como
prêmio por ter executado uma bela dança” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da
Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite