Terça, 22 de agosto de 2023

(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38) Nossa Senhora Rainha.  

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’” Lc 1,28

“Até a reforma do calendário litúrgico a festividade deste dia (instituída em 1954 por Pio XII) era celebrada em 31 de maio, como conclusão do mês especialmente dedicado à devoção mariana; enquanto isso, a data de 22 de agosto estava reservada para a celebração do Coração Imaculado de Maria. A escolha deste dia para [comemorar] a realeza de Maria - oitavo depois da Festa da Assunção – tem um particular significado. Na Bula ‘Munificentissimus Deus’, Pio XII, ao proclamar a Assunção da Santíssima Virgem, fala explicitamente da estreita ligação que une o Filho e a Mãe; foi o amor filial de Jesus que quis a glorificação corpórea da Mãe. E relendo o Sermão da Montanha à luz de sua aplicação em Maria, compreendemos por que ela tem pleno direito ao ‘reino’ prometido na beatitude. Portanto, cabe-lhe um lugar de preeminência no ‘Reino dos Céus’, junto a Cristo Rei, segundo diz o mesmo papa na encíclica ‘Ad coeli Reginam’, de 11 de outubro de 1954 (Ano Mariana). Por ser Mãe da Cabeça e dos membros do Corpo Místico, participa não somente da realeza de Jesus, mas também do fluxo vital e santificante do Redentor sobre a Igreja. Em Pentecostes, toda a Igreja nascente está recolhida no cenáculo ‘juntamente com Maria, Mãe de Jesus’. Associada ao mistério do nascimento e da redenção, Maria foi, pois, associada à epifania da Igreja. Depois de Belém, o Calvário, o cenáculo, a ressurreição e a ascensão, portanto a Assunção e a glorificação de Maria como ‘termo último de eterno conselho’ – Diz Dante na ‘Divina Comédia’. Nela veneramos os dons da graça extravasado do amor do Filho, dons que ela distribui régia e maternalmente à Igreja, aos filhos conquistados em virtude de sua co-redenção. ‘Da união com Cristo Rei’, lê-se na encíclica ‘Ad coeli Reginam’, ‘deriva uma tal esplêndida sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas; desta mesma união com Cristo nasce aquele real poder, pelo qual ela pode dispensar os tesouros do Reino do Divino Redentor’” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite