(Jz 2,11-19; Sl 105[106]; Mt 19,16-22) 20ª Semana do Tempo Comum.
“Então, o Senhor mandou-lhes juízes que os
livrassem das mãos dos saqueadores” Jz
2,16
“Depois da morte de Josué tem início o tempo dos
Juízes, que terminará com o discurso de Samuel (cf. 1Sm 12). Os juízes não eram
aqueles que hoje entendemos por esse nome: eram homens carismáticos, enviados
pelo Senhor com a finalidade de salvar Israel da opressão dos vários inimigos
que, depois da entrada na Terra Prometida, ameaçavam destruí-lo. O texto de
hoje apresenta a oscilação do povo entre fidelidade a JHWH e idolatria, que
será a característica de todo o Livro. (Compreender a Palavra:) Segundo
a narração bíblica, Israel fez até agora um tipo de experiência de libertação
que podemos indicar como uma caminhada de um lugar de escravidão (Egito),
através das águas do mar Morto, da aridez e da falta de alimento no deserto,
suportando o ataque contínuo dos inimigos, para tomar posse de uma terra onde
pode finalmente viver em liberdade. Agora Israel já não é um povo nómada;
tornou-se sedentário e tem de aprender a confrontar-se com outros povos que
vivem a seu lado. Estes têm estruturas sociais, usos e deuses diversos. O
grande desafio será manter a sua identidade e peculiaridade de povo eleito pelo
Deus único. Neste período, o povo experimentará um outro tipo de salvação.
Antes de mais, os israelitas começaram a abandonar o Deus dos antepassados,
servindo os deuses estrangeiros e prostrando-se diante deles. Todas as vezes
que esse pecado se repete, o Senhor retira a Sua proteção ao povo, o qual cai
assim nas mãos dos inimigos. Numa segunda fase, os israelitas começaram a pedir
o auxílio do Alto, de Deus; o Senhor comove-se e intervém enviando um juiz
salvador” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite