(1Ts 2,9-13; Sl 138[139]; Mt 23,27-32) 21ª Semana do Tempo Comum.
“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos,
mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de
toda podridão!” Mt 23,27.
“A aparência engana. Nem sempre. É bonito quando o
externo combina com o interno. Quando o dentro e o fora são uma unidade. Quando
o fora reflete o dentro. Quando os olhos verdes refletem o verde da vida.
Cristo toma o exemplo dos cemitérios. É uma realidade crua e verdadeira. Lindos
mausoléus. Lindas capelas. Pinturas bonitas. Dentro de tudo isso a mesma
realidade: podridão, ossos, cheiro insuportável, larvas… Assim, diz Jesus, é o
coração de toda pessoa que luta para manter as aparências. Que vive o conflito
da verdade por fora e a mentira por dentro, do riso nos lábios e da lágrima no
coração, da palavra bonita para outros e do grito de dor por dentro, do
entusiasmo externo e da derrota interna. Luta-se hoje em dia para que as pessoas
se realizem na inteireza. Ser pessoa inteira. Ser pessoa global. Pessoa em
todos os sentidos: corporalmente e intelectualmente. Ser inteiro em todas as
ocasiões e ações. Colocar-se inteiro naquilo que se faz, sem usar das
aparências, mas fazer aquilo que se é. Porém, como somos humanos ententamos nos
defender a qualquer preço, cada um de nós se torna um especialista em máscaras.
Para cada ocasião estudamos o uso para superar o que não somos. Mas viver
mascarados cansa. O tempo do carnaval é curto. A máscara cria situações
permanentes de conflitos e os conflitos causam grande desgaste e o desgaste
conduz à morte. É necessário ser simples. Ser o que a gente é. Ser por fora o
que se é por dentro. Ser como Jesus Cristo. - Senhor Deus, liberta-me
de ser mentira. Que eu seja simples. Minhas palavras sejam reflexo e a
revelação dos meus sentimentos e de meus pensamentos. Minhas ações sejam parte
de mim que se revela no meu fazer cotidiano. Que eu seja nas mãos e nos olhos o
que sinto e penso. Amém” (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus [1995]
– Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite