(Nm 11,4-15; Sl
80[81]; Mt 14,13-21) 18ª Semana do Tempo Comum.
“Acaso fui eu que concebeu e deu à luz todo este
povo, para que me digas: ‘carrega-o ao colo, como a ama costuma fazer com a
criança, e leva-o a terra que juraste dar a seus pais’?” Nm 11,12.
“Olhando este versículo, somos chamados a recordar
dos versículos anteriores (cf. Nm 11,4b-15), em que o povo de Deus, que estava
no deserto, começa a murmurar, reclamar que não tem alimento, falta carne.
Recordam do que comiam no Egito e preferem aquele alimento do que o maná caído
do céu. As lágrimas deste povo fazem que Moisés falasse com Deus, pois o fardo
estava pesado para ele carregar sozinho. Moisés aceita um chamado de Deus para
conduzir o povo para a terra prometida. O povo, por sua vez, acolhe a liderança
de Moisés como profecia e inspiração de Deus. Ambos não sabiam dos riscos e
dificuldades que passariam adiante, mas Deus se fez muito providente,
oferecendo-lhes uma nova vida, uma transformação, uma libertação. O maná era
sinal desta libertação da escravidão e, ao mesmo tempo, sinal de igualdade
entre todos, pois só podia usar a mesma medida para cada um e somente naquele
dia para que todos se saciassem do necessário. Ao questionar Deus sobre a
paternidade do povo, Moisés mostra o medo de perder aquele povo que lhe foi
confiado, demonstra também a preocupação de cumprir o projeto do Pai, mesmo que
em meio a tribulações. Muitas vezes não cuidamos e nem nos preocupamos com as
coisas de Deus, pois nos acomodamos nas nossas escravidões momentâneas. Faz-se
necessário valorizar mais as sementes que nos são dadas por Deus e cultivá-las
do que chorarmos fardos pesados do passado. – Senhor, Pai de bondade,
abraça-nos com sua providência e embala-nos em seu colo paterno para que
vivamos sua libertação e não mais na escravidão de coisas temporárias e fúteis.
Assim seja!” (Anderson Domingues de Lima –
Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite