(Rt 1,1.3-6.14-16.22; Sl 145[146]; Mt 22,34-40) 20ª Semana do Tempo Comum.
“Mas Rute respondeu: ‘Não insistas comigo para que
te deixe e me afaste de ti.
Porque para onde fores, irei contigo; onde pousares,
lá pousarei eu também.
Teu povo será meu povo, e o teu Deus será o meu
Deus’” Rt 1,16.
“O desamparo é uma atitude de marginalização, de
egoísmo, de desumanização, pois leva alguém a excluir outra pessoa
abandonando-a e forçando a sair de sua segurança familiar ou do círculo de
amigos. Isto ocorre com frequência com idosos, pois são desconsiderados nas
suas famílias e colocados em asilos, casas de repouso, etc. Muitos sofrem
alguma doença degenerativa, psíquica dentre outras, que na verdade necessitam
não só de cuidados médicos, mas também do carinho e cuidado da família. Rute e
sua sogra ficaram viúvas (cf. Rt 1,1.3-6.14b-16.22). Um ato de caridade e de
misericórdia é demonstrado carinhosamente por Rute, quando decide acompanhar
sua sogra até o fim, vivendo com ela, com seu povo e crendo em seu Deus. Rute
não abandona aquela senhora, mas se compadece e permanece junto dela, cuidando
e amando-a até o fim. Os filhos que hoje demoram para sair da casa dos pais por
causa do comodismo deveriam se espelhar em Rute e acolher seus pais ou
familiares com filial ternura e assumi-los por toda a vida. Cuidar de quem lhe
cuidou é mais que obrigação: é respeito, valorização, desprendimento,
retribuição. É assumir na própria vida a dignidade de crescer com as pessoas
experimentadas na vida. – Meu Senhor e meu Deus, que a velhice não seja
um peso, que a idade avançada não seja um fardo, que a família não se divida,
que a ignorância não maltrate a ninguém, que as doenças não causem abandono.
Que amemos e sejamos amados, que cuidemos e sejamos cuidados, para que só Vós
sejais louvado. Assim seja” (Anderson
Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite