Sexta, 25 de agosto de 2023

(Rt 1,1.3-6.14-16.22; Sl 145[146]; Mt 22,34-40) 20ª Semana do Tempo Comum.

“Mas Rute respondeu: ‘Não insistas comigo para que te deixe e me afaste de ti.

Porque para onde fores, irei contigo; onde pousares, lá pousarei eu também.

Teu povo será meu povo, e o teu Deus será o meu Deus’” Rt 1,16.

“O desamparo é uma atitude de marginalização, de egoísmo, de desumanização, pois leva alguém a excluir outra pessoa abandonando-a e forçando a sair de sua segurança familiar ou do círculo de amigos. Isto ocorre com frequência com idosos, pois são desconsiderados nas suas famílias e colocados em asilos, casas de repouso, etc. Muitos sofrem alguma doença degenerativa, psíquica dentre outras, que na verdade necessitam não só de cuidados médicos, mas também do carinho e cuidado da família. Rute e sua sogra ficaram viúvas (cf. Rt 1,1.3-6.14b-16.22). Um ato de caridade e de misericórdia é demonstrado carinhosamente por Rute, quando decide acompanhar sua sogra até o fim, vivendo com ela, com seu povo e crendo em seu Deus. Rute não abandona aquela senhora, mas se compadece e permanece junto dela, cuidando e amando-a até o fim. Os filhos que hoje demoram para sair da casa dos pais por causa do comodismo deveriam se espelhar em Rute e acolher seus pais ou familiares com filial ternura e assumi-los por toda a vida. Cuidar de quem lhe cuidou é mais que obrigação: é respeito, valorização, desprendimento, retribuição. É assumir na própria vida a dignidade de crescer com as pessoas experimentadas na vida. – Meu Senhor e meu Deus, que a velhice não seja um peso, que a idade avançada não seja um fardo, que a família não se divida, que a ignorância não maltrate a ninguém, que as doenças não causem abandono. Que amemos e sejamos amados, que cuidemos e sejamos cuidados, para que só Vós sejais louvado. Assim seja” (Anderson Domingues de Lima – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite